Se quiser evitar avarias, existem duas estratégias para as prevenir. Uma é a manutenção preventiva e a outra é a manutenção preditiva. Contudo, para além de ambas terem uma abordagem proativa, existem diferenças fundamentais entre elas. Continue a ler e fique a saber quais são essas diferenças.
Antes de mais, o que é a manutenção preventiva?
As medidas de manutenção preventiva são planeadas e executadas nos equipamentos para garantir que não acontecem falhas e para mitigar as consequências de avarias. Estas tarefas de rotina são concluídas independentemente da condição operacional atual, ou seja, se está a funcionar bem ou não.
Geralmente, as medidas de manutenção preventiva são determinadas pelo tempo (por exemplo, a cada 6 meses), utilização (por exemplo, a cada 500 utilizações) ou marcos (por exemplo, a cada 3.000 quilómetros), com parâmetros que se baseiam em estatísticas recolhidas sobre a vida útil esperada ou média do equipamento. Dado que a manutenção preventiva é baseada no tempo ou na utilização, é possível planificá-la com antecedência. Siga o nosso guia passo a passo para desenvolver um plano de manutenção preventiva.
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Vantagens e desvantagens da manutenção preventiva
Este tipo de manutenção tem muitas vantagens em comparação com a manutenção corretiva, que só é feita após serem reportadas falhas ou avarias no equipamento. A manutenção preventiva diminui o downtime, aumenta a fiabilidade e melhora a segurança. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, conseguem-se poupanças nos custos na ordem de 12-18% quando comparada com a manutenção corretiva.
O único problema com a manutenção preventiva é que os relatórios não se baseiam no estado real do equipamento. Isto pode levar a manutenções desnecessárias, o que leva a uma perda de tempo e dinheiro.
- Até 50% dos custos de manutenção são um “desperdício”, de acordo com a IBM
- Cerca de 30% da manutenção preventiva é feita com demasiada frequência
- Apenas 18% das avarias relacionadas com a idade seguem um padrão
O que é a manutenção preditiva?
Ao contrário da manutenção preventiva, a manutenção preditiva baseia-se na condição operacional atual de um ativo e não em estatísticas e cronogramas previamente definidos. O mesmo relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos sugere que a manutenção preditiva permite uma poupança na ordem dos 25-30% em comparação com a manutenção corretiva.
A ideia é utilizar a monitorização da condição para prever a ocorrência de uma falha antes mesmo dela acontecer, o que significa:
✓ menos downtime não planeado;
✓ menos manutenção desnecessária;
✓ menos custos em material/inventário MRO;
✓ aumento da vida útil dos ativos;
✓ monitorização exaustiva dos ativos, o que significa um tempo médio de reparação mais curto e também a capacidade de verificar a eficácia dos trabalhos de manutenção.
Tipos de manutenção preditiva
A manutenção preditiva consiste em duas etapas. A primeira é a monitorização da condição, que inclui diferentes tipos de técnicas de manutenção preditiva, incluindo a análise de vibrações e óleo para avaliar o estado atual do equipamento. Muito frequentemente, é possível detetar sinais precoces de avarias antes de os operadores as notarem – até 60 a 90 dias de antecedência, de acordo com a IBM.
Assim que forem detetadas condições indesejáveis, como desgaste ou desalinhamento, é programada uma reparação antes de ocorrer uma avaria real. Pode-se continuar a monitorizar o estado dos ativos para garantir que a manutenção foi eficaz.
💡 Tipos de Manutenção Preditiva (técnicas de monitorização da condição)
- análise da vibração
- análise acústica
- análise por infravermelhos
- análise de circuitos do motor
- termografia
- monitorização ultrassónica
- radiografia
- laser interferometria laser
- medições elétricas e eletromagnéticas
Embora a monitorização da condição e a manutenção preditiva sejam por vezes utilizadas de forma indistinta, estas ferramentas por si só não equivalem a uma “manutenção preditiva”. A manutenção preditiva implica uma análise mais aprofundada dos dados. Os algoritmos de manutenção preditiva modelam dados de monitorização da condição para prever quando ocorrerá uma falha, e é isso que permite tomar as medidas adequadas.
O que acontece se não tiver dados de manutenção?
Se não tiver dados de manutenção (quer seja porque os seus ativos são novos ou muito fiáveis), será mais difícil implementar qualquer tipo de manutenção preditiva. Nesse caso, terá de gerar dados adicionais:
- Pode fazê-lo através de análise da causa raiz, nomeadamente uma FMEA;
- Integrar os conjuntos de dados para interpolar e extrapolar;
- Pesquisar dados de ativos semelhantes.
Desvantagens da manutenção preditiva versus manutenção preventiva
A implementação de uma estratégia de manutenção preditiva é normalmente mais dispendiosa que uma estratégia preventiva, pois é necessário investir em ferramentas de manutenção preditiva, software compatível e formar pessoal para a sua utilização e para a interpretação dos dados recolhidos.
Que estratégia deve utilizar, manutenção preventiva ou preditiva?
A melhor estratégia é ter um programa de manutenção que incorpore estes dois tipos de manutenção, de acordo com cada cenário. Lembre-se que é necessário considerar a manutenção corretiva ao adotar estas estratégias (embora menos).
Faça uma análise caso a caso e escolha a estratégia de manutenção adequada para cada ativo.
Manutenção Preventiva | Manutenção Preditiva |
Pode iniciar a manutenção preventiva a qualquer altura |
Primeiro, é necessário recolher dados |
É baseada no tempo e no uso, em ciclos |
Identifica potenciais falhas |
Planeada com antecedência |
Planeada “à medida que se avança” |
Custos baixos/médios, requer software de manutenção e checklists de manutenção preventiva |
Custos médios/altos, requer software de monitorização da condição, sensores e ferramentas, para além de formação |
Normalmente requer downtime planeado para inspeções e verificações de rotina |
Pode ser realizada enquanto as máquinas estão em funcionamento |
As empresas precisam de preparar peças sobressalentes e organizar inventário |
Compre as peças que precisa e não substitua as peças que ainda funcionam |
Algum trabalho pode ser feito em ativos que não precisam dele, apenas por “prevenção” |
Evita tanto o “usar até avariar”, como a manutenção desnecessária |
↪️ Adequada para ativos difíceis de controlar, e cujo custo de avariar é elevado | ↪️ Adequada para ativos fáceis de controlar e cujas avarias são previsíveis |
↪️ Se o custo da análise for demasiado elevado, poderá utilizar técnicas de manutenção preventiva ou de monitorização da condição, sem a análise preditiva extra. |
Ao longo deste artigo, vimos que tanto a manutenção preventiva como a preditiva são proativas, planeadas e associadas a uma maior disponibilidade e fiabilidade. Outra coisa que têm em comum? É melhor planeá-las utilizando a ferramenta certa.
As Plataformas Inteligentes de Gestão de Manutenção, como a Infraspeak, existem precisamente para o ajudar a definir, planear, executar e monitorizar a sua estratégia de manutenção.