O setor do facility management (FM) está a assistir a uma mudança acentuada para práticas sustentáveis e orientadas para a tecnologia, com uma ênfase crescente em edifícios inteligentes, eficiência energética e gestão ambiental — e as tendências e desafios para 2024 são reflexo dessa mudança.

A integração de tecnologias avançadas, como a Internet das Coisas (IoT), a inteligência artificial e a análise de dados, está a tornar-se essencial para otimizar as operações das instalações e melhorar as experiências dos ocupantes.

No entanto, estes avanços trazem um conjunto de desafios, incluindo riscos de cibersegurança, a necessidade de melhorar as competências da força de trabalho e garantir a interoperabilidade perfeita de diversos sistemas. À medida que as organizações se esforçam por alinhar as estratégias de FM com os objetivos empresariais mais amplos, o setor está na vanguarda da adaptação ao cenário global em mudança, impulsionando a inovação e garantindo instalações resilientes e preparadas para o futuro.

O upskilling é a nova contratação

Não havia uma crise de escassez de mão-de-obra como a atual desde ambas as Guerras Mundiais. Foi, de certa forma, a tempestade perfeita — um rápido envelhecimento da população ocidental, a COVID-19 que popularizou o trabalho remoto e a reforma antecipada, e as tendências emergentes, tais como o quiet quitting, colocaram o mercado de trabalho de rastos.

De acordo com um relatório da GlobalData, a escassez de mão-de-obra está a custar às empresas uma grande soma em aumentos de salários e remunerações, bem como ruturas nas redes de fornecedores. Mais empresas do que nunca estão preocupadas com o assunto e mencionam-no em inquéritos e reuniões de administração.

Se não quiser pagar em demasia mesmo antes de saber se um novo colaborador é adequado, a resposta é simples: faça upskill ou reskill às suas equipas atuais. Pense um pouco — numa época em que os colaboradores querem sentir-se valorizados e são cada vez mais exigentes, haverá melhor do que treinar a sua equipa atual para acrescentar valor e suprimir uma necessidade?

Na dúvida, olhe para dentro, para aqueles que já conhece e confia. Habilite-os, fortaleça as suas carreiras e aumente o bem-estar e os níveis de produtividade dentro do seu negócio.

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A gestão inteligente da rede de fornecedores vai ser fundamental

A gestão da oferta torna-se cada vez mais importante a cada dia que passa. A manutenção ficou mais cara nos dois últimos anos, especialmente se considerarmos também a falta de mão-de-obra e a inflação.

Junte-se aos fornecedores, veja-os como parceiros e desbloqueie todo o potencial de colaboração na nova era das relações entre empresas. A gestão do abastecimento e as cadeias de abastecimento já não são um jogo de soma zero — ambas as partes ganham ou perdem em conjunto se não se concentrarem na colaboração, inovação e transparência.

Pode ser um cliché trazer de volta o lema “fazer amor e não guerra” popularizado nos anos 70, mas algum tipo de iteração evoluída da frase deve tornar-se um elemento básico das suas negociações com outras empresas.

Flexibilidade, diversidade e inclusão

Lembra-se quando absolutamente toda a gente costumava dizer que os consumidores do futuro iam exigir empresas e instalações mais diversificadas e inclusivas? Notícia de última hora: esses consumidores do futuro cresceram e são uma parte importante do mercado neste momento.

Os facility managers têm de estar conscientes de elementos como a linguagem inclusiva nos espaços, acolher a diversidade de crenças e a orientação sexual e até mesmo conceber e gerir casas de banho neutras do ponto de vista do género.

Parece-lhe rebuscado pensar que tudo isto será exigido em 2024? Adapte-se mais rapidamente e ganhe uma vantagem sobre a concorrência ou evite uma transição turbulenta para a conformidade quando muitos destes tópicos se tornarem a norma num futuro próximo.

Trabalho híbrido e utilização do espaço

Podemos dizer que já não somos os mesmos depois da pandemia de COVID-19. Os colaboradores vão trabalhar presencialmente algumas vezes por semana, e remotamente durante o resto do tempo. Como as pessoas deixam de vir trabalhar todos os dias, as empresas vão necessitar de menos espaço de escritório e podem adotar uma política de “hot-desk”.

Na prática, os trabalhadores não são os únicos que podem beneficiar com estas mudanças. Um relatório recente da Deloitte salienta que a redução da pegada imobiliária tem vários benefícios, incluindo a redução dos custos de viagem, do consumo de energia e da pegada de carbono. No entanto, a otimização destes espaços de trabalho limitados é um desafio para os facility managers. Só há uma forma de contornar este problema: controlar a forma como o espaço é utilizado.

Isto leva-nos a uma nova tendência: consciência da localização e tecnologia de sensores. Os sensores, que devem ser imperceptíveis, podem ser utilizados para monitorizar a ocupação, temperatura e humidade ambiente, etc. Estes dados permitem aos facility managers ajustarem-se à utilização real do espaço, otimizar o espaço e proporcionar conforto em todos os momentos.

Serviços digitais no local de trabalho

Os dados dos sensores podem ser recolhidos diretamente no sistema de gestão de edifícios ou no software de facility management. Mas não são as únicas tendências digitais que os facility managers vão ter de enfrentar. A experiência do utilizador é a maior tendência da última década, e o FM e manutenção centrados no ser humano vão crescer ainda mais com a indústria 5.0. A questão é, como se pode proporcionar uma boa experiência em locais de trabalho híbridos?

Primeiro, recomendamos a integração de software de facility management com outras ferramentas ou aplicações que a empresa utiliza regularmente. Por exemplo, integrar o seu software de FM com aplicações para reservar salas de conferências ou reuniões, utilizar ferramentas de comunicação para receber feedback, e assim por diante. Deve também simplificar os pedidos de assistência (por exemplo, relatórios sobre impressoras, máquinas de café avariadas e outro equipamento comum).

Sustentabilidade e eficiência dos edifícios

Outro tema quente para 2024 é a sustentabilidade. A pandemia de COVID-19 evidenciou a quantidade de poluição gerada por outras atividades do dia-a-dia. Isto levou várias organizações, incluindo a OCDE, a apelar a uma “recuperação pós-COVID sustentável”. Mas, para os facility managers, a sustentabilidade esconde vários desafios: operações sem papel, eficiência dos edifícios e melhor gestão de resíduos.

A boa notícia é que os sensores também ajudam nesta missão. Os dados dos sensores podem ser utilizados para otimizar as operações e poupar custos — por exemplo, deteta-se quando e onde se desperdiça mais energia. Mas pode também utilizar sensores de movimento para ligar e desligar luzes, que é uma das formas mais simples de poupar energia e eletricidade.

Mas, claro, a poupança de custos com base na otimização e manutenção adequada só vai até certo ponto. Se os seus relatórios mostram que não há mais nada onde se possa cortar sem comprometer o conforto, está na altura de avaliar o consumo de energia do edifício. Pode utilizar esses dados e relatórios para justificar a remodelação do isolamento de forma a melhorar o envelope térmico do edifício.

Manutenção proativa

Os benefícios da manutenção proativa (quer preventiva, quer preditiva) são claros. Não há outra forma de resolver os problemas antes de os clientes darem por eles! Mas é mais fácil dizer do que fazer, certo? Por incrível que pareça, a manutenção proativa pode finalmente ter lugar como um subproduto de todas as tendências que vimos até agora. Se os facility managers cederem à mais recente tecnologia e começarem a recolher dados, podem alcançar algum tipo de previsibilidade.

Assim que tiver essa previsibilidade, o seu plano de manutenção pode tornar-se mais proativo e ainda mais incisivo. Há menos sobre-manutenção e menos reparações. Tal como falámos recentemente com Cláudio Celino, um engenheiro especializado em manutenção de edifícios, é necessário utilizar dados e software para “finalmente estabilizar a quantidade de manutenção preventiva” e, ao mesmo tempo, “reduzir o número de reparações”.

Contudo, estas não são as únicas vantagens. Como todos sabemos, em tempos de crise, o facility management pode ser um dos primeiros departamentos a sofrer um corte orçamental. Isto significa que é mais importante do que nunca ter previsibilidade e descobrir que tarefas de manutenção podem ser adiadas até que o orçamento o permita.

Independentemente do lado para onde se vire, os “dados” são a chave. É o que permite aos gestores ajustarem-se ao trabalho híbrido e otimizarem os recursos. As mudanças operacionais podem ter começado por necessidade durante a pandemia de COVID-19, mas parece que a maioria delas está aqui para ficar. Portanto, um último conselho: certifique-se que está preparado para 2024 com a tecnologia certa!

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