OEE significa Eficiência Global do Equipamento. É um indicador usado com muita frequência em estratégias de Manutenção Produtiva Total (TPM), Lean Manufacturing e no Lean Six Sigma. O cálculo do OEE depende da disponibilidade, desempenho e qualidade, portanto responde a três perguntas:

 

  • com que frequência uma máquina está disponível para trabalhar?
  • como é o seu desempenho enquanto está funcionando?
  • quantos produtos fabrica por cada ciclo?

 

Quando está tentando melhorar o OEE seguindo uma filosofia lean, deve eliminar desperdícios. Especificamente, vai se concentrar em perdas que comprometem a disponibilidade, desempenho e qualidade. Estas perdas são conhecidas como as Seis Grandes Perdas do OEE. É assim que influenciam cada um dos fatores no cálculo do OEE: 

 

  • disponibilidade: danos (paradas não planejadas) + setup e ajustes (paradas planejadas)
  • desempenho:  paradas e inatividade temporárias + perda de velocidade (ciclos lentos)
  • qualidade: defeitos (produtos rejeitados) e retrabalho + defeitos no arranque 

 

Quais são as Seis Grandes Perdas do OEE? E como evitá-las?

 

Danos

Os danos são falhas inesperadas que interrompem o funcionamento normal dos equipamentos (downtime). Esta é a primeira grande perda do OEE que você deve eliminar, porque prepara o terreno para todas as outras. Afinal de contas, se o equipamento não trabalha, não podemos falar em desempenho e qualidade.

 

Acreditamos que você já saiba que a manutenção preventiva e preditiva são mais eficazes a prevenir o downtime do que a manutenção reativa, cuja filosofia é “esperar para ver”. Mas como até os melhores planos preventivos têm falhas, temos outro conselho para você. Analise os dados sobre os danos para descobrir o motivo ou causa raiz de cada parada não planejada. Depois de entender o que está causando os danos, tente eliminar as causas. A análise de causa raiz não se tornou uma ferramenta de melhoria contínua por acaso! 

 

Setup e Ajustes

“Novo é sempre melhor” não só é um lema perigoso, como também é uma mentira. Como é possível comprovar pela curva da banheira, quase sempre há um período de adaptação após o setup do ativo ou depois de ser renovado. Aliás, há reajustes cada vez que muda um componente.

 

Há várias maneiras de diminuir o impacto que estas paradas planejadas têm na disponibilidade dos ativos. Padronize processos, procure consistência nas rotinas de manutenção, peças de qualidade, siga as instruções do fabricante e tente que todo o equipamento seja compatível. Para trocas, implemente um programa SMED (Single-Minute Exchange of Die ou “troca rápida de ferramentas”). O objetivo é avançar o processo o mais rápido possível enquanto o equipamento ainda está trabalhando, o que reduz o downtime.

 

Paradas e Inatividade Temporárias

Neste caso, a produção é interrompida momentaneamente. Isto acontece, por exemplo, quando há obstrução do fluxo, falta de materiais ou de ferramentas, materiais presos ou encravados, definições erradas no equipamento, sensores bloqueados, funcionários ocupados em outras máquinas, dependência da linha de montagem ou um dano temporário.

 

Todas estas paradas são curtas (normalmente menos de cinco minutos) e resolvidas pelos próprios funcionários. No entanto, acabam afetando o ciclo de produção, por isso são consideradas perda de desempenho e não de disponibilidade. O problema piora se tiver em consideração que estes problemas tendem a ser crônicos, o que faz com que as pequenas paradas se acumulem. Com a nova tecnologia de sensores e a IoT é mais fácil monitorar estes pequenos problemas e melhorar o fluxo de trabalho.

 

Velocidade

Como no ponto anterior, a velocidade afeta a duração do ciclo e o indicador de desempenho que entra no cálculo do OEE. Se a velocidade em que o equipamento está funcionando for inferior ao esperado, pode ser um sintoma de problemas técnicos ou de falta de preparação dos operadores, por exemplo.

 

Apesar de ser mais raro, as máquinas também podem funcionar a uma velocidade superior ao esperado – geralmente, isto leva a produtos com defeito. Além de verificar a velocidade da máquina, há outras medidas que você pode tomar para evitar esta perda do OEE. Recomendamos fazer a limpeza regular dos equipamentos para evitar sujeira e pó, substituir máquinas muito desgastadas, mudar os filtros e manter a lubrificação de acordo com o manual do fabricante, formação contínua da equipe e nunca usar materiais de qualidade inferior. Estas são ações de manutenção pelas quais os funcionários são responsáveis na manutenção autônoma.

 

Defeitos no processo e retrabalhos

Os defeitos no processo levam a defeitos nos produtos, enquanto os “retrabalhos” têm em consideração peças que ainda podem ser aproveitadas e retrabalhadas. Os produtos com defeito não são só uma perda do OEE e uma perda de qualidade – também configuram nos 8 desperdícios do lean manufacturing

 

Algumas vezes, a falta de preparação dos funcionários os leva a manusear mal as ferramentas ou a usar as máquinas com definições erradas. Outros erros no processo que podem comprometer a qualidade do produto são a manutenção ineficiente, a falta de matérias-primas e matérias-primas de baixa qualidade (por ex., na indústria química ou farmacêutica). Dependendo da causa raiz, você pode ter que melhorar a formação dos seus funcionários ou gerir melhor os estoques.

 

Perdas no início das atividades

Enquanto as máquinas estão “esquentando” ao iniciar um ciclo, ou quando estão recém-instaladas e os funcionários ainda se estão se familiarizando com elas, é natural que haja perdas de produção. Apesar de serem mais comuns quando há uma troca ou substituição, como já falamos acima, podem acontecer cada vez que o equipamento reinicia.

 

Estas perdas podem ser evitadas ao reduzir a variação. Para que isto aconteça, tente estabelecer e implementar definições e modos de funcionamento mais precisos para o equipamento, mesmo que tenha de personalizar definições peça por peça. Também pode fazer alguns testes com diferentes materiais para ver se é possível minimizar os problemas de partida. Provavelmente, estas medidas também vão impactar o ciclo de produção, o que significa que melhora o desempenho e a qualidade ao mesmo tempo.  

 

Quer saber mais sobre TPM e manutenção lean?

Para compreender melhor como eliminar o desperdício e reduzir as seis grandes perdas do OEE, leia os nossos artigos sobre Manutenção Produtiva Total e práticas de manutenção lean.