Em primeiro lugar, precisamos esclarecer o que é um ativo. Tecnicamente, qualquer coisa que traz um benefício à empresa é um ativo. Por isso, há ativos tangíveis (como edifícios ou equipamentos) e ativos intangíveis (como direitos autorais ou a notoriedade da marca). Então, quando falamos em gestão de ativos, também podemos nos referir à gestão de ativos financeiros, por exemplo.

Seja como for, o objetivo da gestão de ativos é extrair o maior retorno possível de cada investimento e tornar a empresa mais competitiva.

Naturalmente, o que nos preocupa é a gestão dos ativos tangíveis. Neste contexto, a gestão de ativos físicos engloba todas as fases do ciclo de vida dos ativos. Planejar o que pode ser útil para os objetivos da empresa, adquirir novos ativos, monitorar o seu desempenho ao longo do tempo e decidir quando substituí-los. O padrão internacional que regula a gestão de ativos é a ISO 55000:2014

A gestão de ativos coordena o ciclo de vida dos ativos. Isto implica avaliar as oportunidades e riscos a cada momento para obter o desempenho desejado. 

A gestão de ativos é uma daquelas buzzwords que vai ouvindo aqui e ali. Mas afinal, o que é a gestão de ativos? Gestão de ativos é o mesmo que gestão de manutenção? Mais: porque é que a gestão de ativos é tão importante para os negócios?

Ao longo deste artigo, explicamos o que é a gestão de ativos, o que a torna diferente da gestão de manutenção, que benefícios pode esperar e porque deve investir mais nesta área do negócio.

O que são ativos físicos?

Antes de começar, convém esclarecer alguns conceitos. No sentido lato, ativos são quaisquer itens, recursos ou entidades representadas pela empresa. Esta definição engloba ativos físicos, como equipamentos, ferramentas, máquinas, estoques e infraestruturas, mas também ativos imateriais, como direitos de autor ou propriedade intelectual. Ao longo deste artigo, vamos nos referir à gestão de ativos físicos.

Quando falamos de ativos físicos, também podemos referir à sua disponibilidade e confiabilidade. Tal como o nome indica, a disponibilidade é a quantidade de tempo que um determinado ativo está apto para cumprir as suas funções. Um dos principais indicadores da disponibilidade é o MTBF. Quanto maior for a disponibilidade de um certo ativo, mais confiável se torna e mais produtivo se torna.

Qual é a diferença entre gestão de ativos e gestão de manutenção?

Agora que já esclarecemos alguns pontos essenciais, podemos passar para a próxima fase. É importante explicar qual é a diferença entre a gestão de ativos e a gestão de manutenção. Embora os dois conceitos estejam relacionados, não são a mesma coisa.

Imaginemos uma equipe de futebol que joga simultaneamente no campeonato brasileiro e na Libertadores. No início da temporada, o treinador tem que ter todo este ciclo em consideração. Pode deixar alguns jogadores de fora em partidas menos decisivas para os poupar até à “Liberta”, por exemplo, porque considera a equipe como um todo.

Depois, temos os preparadores físicos e os fisioterapeutas. Diria que fazem a mesma coisa que o treinador? Claro que não. A sua função é que cada jogador chegue ao fim de cada jornada com o mínimo de desgaste possível. E, quando há lesões, que sejam resolvidas o mais rápido possível.

Nesta analogia, o nosso ativo é o time de futebol e os componentes são os jogadores. O treinador é o responsável pela gestão de ativos, enquanto a restante equipe técnica assegura a manutenção.

gestão de ativos é focada no ciclo de vida de cada ativo. O objetivo é que cada ativo tenha um desempenho desejado, ponderando as oportunidades e os riscos para estabelecer prioridades. Vejamos: objetivo do treinador é sempre chegar à vitória, mas tem de ponderar a dificuldade de cada jogo e de cada adversário para estabelecer as suas prioridades.

gestão de manutenção foca-se em momentos mais precisos dentro do ciclo de vida. Controla indicadores para identificar potenciais problemas e, se possível, evitá-los. Normalmente, isto implica analisar relatórios e monitorar tudo o que se passa em tempo real — no exemplo acima, monitorar a condição física de cada jogador. Outra das suas funções é ponderar as consequências – como os custos, os recursos e os materiais a usar — e fazer com que que o chamado seja resolvido rapidamente, com o mínimo de prejuízo para o desempenho da empresa.  

A importância de uma gestão de ativos eficiente

Já esclarecemos a diferença entre a gestão de ativos e a gestão de manutenção. É evidente que ambas se complementam. Mas vamos aprofundar um pouco mais o que é a gestão de ativos. O objetivo principal da gestão de ativos é coordenar o ciclo de vida. Faltam os restantes:

  • ponderação de custos, incluindo com materiais e mão-de-obra;
  • comparar oportunidades com riscos;
  • monitorar a performance de cada ativo usando KPIs;
  • prevenir chamados;
  • avaliar a criticidade dos ativos físicos;
  • estabelecer prioridades entre os ativos da empresa;
  • cumprimento de regras e legislações.

Mas qual é o ciclo de vida dos ativos?

Como já falamos acima, a gestão de ativos não olha apenas para o ativo “agora”, mas sim para todo o seu ciclo de vida. Entende-se que o ciclo de vida dos ativos tem quatro fases:

  1. Planejamento. O gestor percebe que há um obstáculo em um dos processos da empresa e procura o melhor equipamento para resolver o problema.
  2. Aquisição. Calcula-se o potencial ROI do ativo, avalia-se o capital disponível e chega-se a uma decisão final.
  3. Operação & Manutenção. O ativo começa a trazer benefícios para a empresa. Com a passagem do tempo, exige cada vez mais manutenção. Muitas vezes, esta etapa é representada pela curva da banheira.
  4. Descarte. O ativo chegou ao fim da sua vida e tem que ser descartado, reciclado ou enviado para aterro.  

Muitas empresas tendem a se focar apenas na terceira fase, em que o ativo influencia o desempenho da empresa. No entanto, nenhuma das fases deve ser menosprezada. Veja a indústria da aviação, por exemplo, em que as companhias aéreas têm que encomendar os aviões com anos de antecedência para cada rota, assegurar que se mantêm seguros e oferecer conforto aos passageiros.

Porém, tanto ou mais importante do que conhecer o ciclo de vida dos ativos é ter uma estimativa da sua vida útil. Só assim é possível saber se o ativo “ainda tem muito para dar” ou se está na sua fase de declínio. Este tipo de dado é imprescindível para decidir entre consertar ou substituir um ativo que começa a dar sinais de falha.

Quais são os benefícios da gestão de ativos físicos?

Todos estes objetivos têm implicações reais na gestão da empresa. Sem dúvida, o principal benefício é um planejamento mais eficaz. Isto é o que nos permite chegar a uma verdadeira otimização dos ativos, e daí obter mais lucro com cada um deles. Mas não falamos apenas de melhorias no desempenho. Rastrear cada ativo, assegurar regras de segurança e cumprir a legislação também fica mais fácil.

Aumento da disponibilidade dos ativos físicos

Uma gestão de ativos eficiente implica um acompanhamento regular do equipamento. Esse acompanhamento é exatamente o que nos permite definir que tarefas preventivas aplicar. Por outras palavras: planejamos melhor o que fazer. No limite isto traduz-se num aumento da disponibilidade do ativo e/ou numa performance melhor. E ativos em funcionamento com a máxima disponibilidade são, como já sabemos, sinônimo de mais ROI sob cada investimento.

Vejamos o exemplo de um termoacumulador para o fornecimento de água quente numa lavanderia. Sabemos que em determinada altura será necessário substituir a válvula de segurança e fazer a manutenção do circuito hidráulico para assegurar o serviço. Isto permite que o termoacumulador nunca pare de funcionar (aumento da disponibilidade) e que atinja sempre a temperatura pretendida (melhoria da performance).

Como veremos mais à frente, ponderar o conjunto também nos ajuda decidir se é melhor optar por manutenção planejada ou manutenção corretiva e quando atuar, e aqui entramos no terreno da gestão de manutenção.

Estabelecer prioridades

Um dos maiores objetivos da gestão de ativos é estabelecer prioridades e ponderar as oportunidades vs. os riscos. O que é essencial para o bom funcionamento do meu negócio? No caso da lavanderia, sabemos que não é uma opção não ter água quente. Portanto, assegurar o fornecimento de água é mais importante do que a manutenção do ar condicionado. Num hotel, o que é mais indispensável para os hóspedes — os elevadores ou o sistema de irrigação?

No fundo, trata-se de saber que ativos precisam de manutenção urgente – ou onde devemos investir em manutenção preventiva, porque não há margem para falhar — e quais podem esperar por uma manutenção reativa. Em alguns casos, a manutenção preventiva não compensa o investimento em estoque e mão-de-obra, por isso estabelecer prioridades acaba por maximizar a geração de valor.

Gestão de risco e melhoria da segurança

Para fazer a gestão de ativos também temos de avaliar a criticidade dos ativos. Ou seja, precisamos fazer uma avaliação de risco. A avaliação de risco tem em consideração o ponto do ciclo de vida em que se encontra, a condição e os riscos de segurança de cada ativo. Claro que estas decisões se tornam mais fáceis se tiver informação atualizada e organizada sobre o estado de cada equipamento, mas esse é um desafio que podemos superar.

No caso do nosso termoacumulador, diminuir risco de segurança implica mudar a válvula de segurança de 6 em 6 meses. Mas como é que se pode lembrar da última vez que foi feita? Simples. Com um software de gestão de ativos, toda a informação fica guardada numa cloud e está disponível em qualquer momento. Se estiver à procura de uma solução mais completa, opte códigos QR ou de barra integrados.

Cumprimento de regras

Sabe porque o seu prédio se esqueceu de fazer a inspeção obrigatória no elevador? Porque o seu condomínio não faz uma boa gestão de ativos. Monitorar os ativos durante o seu ciclo de vida faz com que seja muito mais difícil esquecer inspeções periódicas, revisões obrigatórias ou obrigações legais. Nunca mais tenha uma multa por não cumprir a legislação!

Como escolher uma estratégia de gestão de manutenção dos ativos?

Durante a vida útil do ativo, é importante escolher a estratégia de manutenção adequada para cada ativo. Mas, mais uma vez, é preciso ter uma visão holística e considerar todo o portfólio de ativos – não apenas cada ativo isolado. Por isso, o primeiro passo para escolher uma estratégia de manutenção é identificar, localizar e avaliar o estado de cada ativo. 

Esta primeira avaliação é essencial para, primeiro, entender quais são as condições apropriadas para operar o equipamento (por exemplo, quantos ciclos ele consegue desempenhar sem interrupções). A seguir, permite classificá-los de acordo com a sua criticidade,  o que é essencial para definir prioridades. 

Depois, é preciso analisar as potenciais causas de danos. Fazer uma análise de causa raiz é extremamente valioso nesta parte do processo. Cada chamado preditivo ou preventivo deve corresponder a uma causa específica do dano para assegurar que nenhum trabalho é feito em vão. 

💡 Veja aqui como escolher uma estratégia de manutenção dos ativos.

Finalmente, não se esqueça de definir os principais indicadores de desempenho (como o MTBF, MTTR, OEE, entre outros). Graças a estes indicadores, você vai perceber se a sua estratégia está sendo eficaz e poderá tomar decisões mais informadas. Afinal de contas, “informação é poder”.

Ferramentas para fazer a gestão de ativos

Se chegou até aqui, provavelmente se pergunta como é que alguém consegue controlar tudo isso ao detalhe. Não haverá uma máquina que faça a gestão dos ativos? Um robô que controle a disponibilidade e o downtime de cada ativo? Com uma memória quase ilimitada, que avise cada vez que é preciso fazer manutenção, que determine o risco, faça a gestão de estoque e realize alguns sonhos?

A ferramenta que procura tem quatro letras: IMMP. Uma IMMP é uma plataforma inteligente de gestão de manutenção, que permite monitorar todos os ativos, obter informação atualizada em tempo real, gerir estoques e avaliar todos os KPIs que ajudam a tomar cada decisão. Pode escolher entre diversas funcionalidades até criar um sistema que caia como uma luva à sua empresa, sem módulos desnecessários. Pronto/a para descobrir mais?