Entenda como a manutenção corretiva pode ser favorável para a gestão de manutenção da sua empresa desde que aconteça em meio a um fluxo de trabalho bem planejado.
A gestão de manutenção é um dos mais importantes processos para diversas empresas de diferentes setores. Na indústria, por exemplo, o funcionamento de equipamentos é responsável pela produtividade da produção, estoque e, consequentemente, lucro. Em hotéis, o pleno funcionamento da estrutura é fundamental para o recebimento de clientes – e pela satisfação deles com o serviço oferecido.
E esses são apenas dois exemplos entre diversos setores que dependem de uma gestão de manutenção eficiente. Já falamos sobre diferentes tipos por aqui: a preditiva, preventiva e outras. E neste post vamos nos aprofundar na manutenção corretiva, uma das mais comuns e a primeira que surgiu dentro das empresas, já que a tecnologia para detectar previamente problemas ainda não tinha sido desenvolvida.
Apesar de ser vista por muitos especialistas como o tipo de manutenção mais cara, vamos falar também sobre as suas vantagens e melhores práticas.
O que é a manutenção corretiva
A manutenção corretiva é a atividade técnica executada para realizar reparos em decorrência de uma avaria. Este problema pode ser causado por desgaste do equipamento, erro no manuseio ou, mesmo, quedas e outros tipos de acidentes. E essa manutenção tem como objetivo restaurar o ativo para uma condição em que pode funcionar como pretendido, quer pela sua reparação ou por substituição. Este ativo pode ser uma peça, um componente, acessórios ou, mesmo, um equipamento inteiro que precisa de reparo para retomar às condições iniciais e indicadas para que seja utilizado.
O fluxo de trabalho desse tipo de manutenção pode acontecer gerando chamados de duas formas diferentes. A primeira é quando algum equipamento ou componente quebra, apresenta uma grave avaria ou, simplesmente, para de funcionar. Esta situação chamada, também de falha funcional, gera chamados urgentes para a equipe de gestão de manutenção. Nesse caso, normalmente, a tratativa do problema precisa ser rápida para evitar danos no processo de produção ou no decorrer do trabalho de uma loja do varejo, por exemplo.
Já a segunda situação acontece quando o problema é percebido durante um monitoramento periódico dos equipamentos. Neste caso, normalmente, a avaria, chamada também de falha potencial, não impacta diretamente no funcionamento do sistema ou equipamento – pelo menos a curto prazo.
Um exemplo desse tipo de situação é um vazamento no sistema hidráulico, que tem capacidades de continuar funcionando mas de forma menos eficaz e gerando custos excedentes e não previstos. Mesmo sem a necessidade de um chamado urgente, a manutenção corretiva precisa ser executada nesse problema para evitar que se torne uma falha funcional, causando assim mais impactos negativos no processo da empresa.
Mesmo se o planejamento de manutenção preventiva ou manutenção preditiva estiverem ativos, a manutenção corretiva pode – e deve – ser considerada. Neste caso, é também conhecida como manutenção reativa.
Por mais eficazes que estas estratégias de manutenção proativa sejam, não apresentam uma garantia de 100% de eficácia. Avarias, ainda que com menor frequência, continuarão a ocorrer, mesmo não tendo sido previstas ou esperadas. É aconselhável estar preparado para ações corretivas, que continuarão a ser necessárias.
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Quando fazer manutenção corretiva
Pode até parecer que se trata de uma ação emergencial dentro da empresa, mas isto não significa que a manutenção corretiva é relevante apenas quando nenhuma outra estratégia é adotada. Para que ela seja eficiente, pode ser usada como estratégia por si só ou juntamente com outras estratégias de manutenção ativas.
Esta abordagem é ideal para equipamentos de baixa prioridade, ou seja, sem os quais as operações da empresa podem continuar o seu funcionamento normal. O mesmo se aplica a equipamentos de menor valor, cuja manutenção ou monitorização regular poderiam acabar por ser mais caras do que a simples reparação ou substituição depois da ocorrência de falhas.
Contudo, se aplicada a equipamento de elevada prioridade, poderá eventualmente levar a tempo de inatividade inesperado, visto que as operações normais da empresa terão, provavelmente, de ser interrompidas. Pode também levar a despesas de longo prazo muito elevadas se aplicada a equipamentos de elevado valor.
No varejo, onde os equipamentos necessários para a gestão de lojas e estoque têm valores mais baixos que os das indústrias, por exemplo, pode ser uma estratégia interessante a ser adotada. Afinal, para esse mercado, outros tipos de manutenção poderiam gerar custos mais altos.
Como fazer manutenção corretiva
Até agora, você já deve ter entendido como o bom planejamento é fundamental para o sucesso de uma estratégia de manutenção corretiva e deve estar se perguntando: ok, mas e agora? Como fazer?
Você precisa de uma equipe alinhada com certas práticas que são fundamentais para o sucesso desse tipo de manutenção e, claro, para a execução dos ajustes necessários. Para começar, crie um cronograma no qual serão avaliadas possíveis falhas ou avarias nos equipamentos do seu negócio. Este tipo de planejamento se aplica em diversos setores, desde o varejo, um grande condomínio a uma fábrica, independente do tamanho da produção.
Outro ponto importante é manter um histórico com avarias e falhas já ocorridos nos equipamentos da empresa. Estes dados poderão contribuir para a criação de inteligência na gestão de manutenção e com a criação de um calendário de manutenções mais efetivo.
Tenha disponível na empresa, para ações rápidas e pontuais de todos, ferramentas adequadas para pequenos ajustes e consertos. Manter os manuais de funcionamento das máquinas também contribui, tanto para o correto manuseio dos equipamentos e, também, como orientação no momento que acontecerem avarias.
Por fim, mas não menos importante: mantenha a equipe responsável por realizar esse trabalho sempre capacitada, para que trabalhem cada vez mais com rapidez e eficiência. Essa equipe precisa ter acesso a um estoque de ferramentas, peças e materiais necessários para execução do trabalho. Invista constantemente em treinamentos e capacitações para que sejam cada vez mais experientes e independentes. Estes profissionais devem ser capazes, também, de avaliar o motivo real da avaria para prever problemas futuros e agir de forma preventiva, se possível.
Tipos e exemplos de manutenção corretiva
Existem dois principais modelos de manutenção corretiva: a planejada e a não planejada. Falamos um pouco sobre cada uma delas a seguir.
A manutenção corretiva planejada, também conhecida como manutenção corretiva previsível, é bem parecida com a manutenção preventiva. Na verdade, as duas andam juntas. A manutenção ocorre apenas depois que ocorre uma falha ou avaria mas, nesse caso, o problema foi identificado em uma inspeção programada. E nesta avaliação é concluído que o problema não atrapalha o decorrer da produção. Dessa forma, o conserto é agendado para outro momento.
Esse tipo de manutenção pode ser realizada também quando é percebido que um equipamento não está necessariamente com falha no funcionamento, mas está com desgastes ou desempenho abaixo do esperado. Um equipamento que apresenta superaquecimento, por exemplo, pode continuar funcionando mas, com riscos de falhas mais graves e, mesmo, diminuição da capacidade e desempenho. A manutenção se faz necessária para garantir o pleno funcionamento do equipamento e, também, evitar gastos desnecessários.
A gestão de manutenção pode decidir, também, por manter o equipamento em funcionamento até que este pare de funcionar completamente para que seja substituído. E essa decisão, claro, considera fatores econômicos para definir de que forma deve se agir.
Já a manutenção corretiva não planejada, chamada em alguns mercados também de manutenção corretiva não previsível, acontece quando a falha não foi prevista em momento nenhum. Normalmente, ela tem custos bem mais altos que as outras categorias de manutenção, pois pode ter impacto direto na produção e no desempenho da empresa.
Por se tratar de um problema grave e que não foi previsto e que a manutenção não pode ser planejada para um momento mais oportuno, os danos costumam ser maiores e demandar mais trabalho, mais dinheiro e um impacto menos controlado da produção.
Custos da manutenção corretiva
De acordo com a regra geral, a regra dos 80/20, apenas 20% do tempo empregue em manutenção deve ser despendido em ações corretivas, devendo os restantes 80% ser alocados para manutenção preventiva.
Se for usada apenas como uma estratégia imprevisível, a manutenção corretiva deve ser usada cautelosamente e reservada para ativos cuja avaria não compromete as operações, nem traz custos excessivos para a empresa. Mas, como já falamos nesse artigo, é possível trabalhar com esse tipo de manutenção de forma planejada.
Quando dentro de uma estratégia consistente, ela pode ter custos mais baixos para a empresa. Afinal de contas, existem equipamentos em companhias de diversos segmentos que não impactam diretamente na produtividade. Assim, uma manutenção preventiva, por exemplo, pode gerar custos mais altos para empresas, principalmente as de pequeno porte.
Vantagens e benefícios da manutenção corretiva
A manutenção corretiva, como já falamos ao longo do artigo, tem como objetivo colocar em funcionamento um equipamento ou componente que deixou de funcionar ou diminuiu a sua performance.
Esta foi uma das primeiras formas de gestão de manutenção das grandes fábricas que, até então, não tinham tecnologia avançada o suficiente para prever falhas e avarias. Isso surgiu lá na Primeira Guerra, quando começou a produção em série de máquinas. E as equipes dedicadas a manutenção surgiram também nessa época, para consertar com rapidez os problemas que surgiam.
Hoje, ela é usada de forma mais ampla e mais estratégica dentro das empresas. E seguindo um planejamento adequado, pode ter vantagens importantes que impactam desde a gestão da empresa até o consumidor final.
A principal vantagem é aplicação da manutenção corretiva em equipamentos que possuem baixa prioridade no funcionamento da empresa, como aquelas que não são usadas diariamente ou não impactam diretamente nos resultados. Não há necessidade de investir em prevenção com essas máquinas, não é mesmo? Quer um exemplo? O ar-condicionado da recepção de um hotel.
Outra vantagem é a aplicação da manutenção corretiva em peças ou equipamentos que podem ter valor mais competitivo se forem substituídos e não, necessariamente, monitorados. É importante que seja levado em consideração nesse caso apenas aqueles equipamentos que, em caso de avaria, não cause impacto negativo a curto prazo na empresa.
Por fim, a manutenção corretiva pode gerar um grande benefício na gestão de manutenção se, a partir dela, for criada um histórico inteligente dos equipamentos. E a tecnologia pode ajudar nesse processo.
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