Já falamos várias vezes da manutenção preditiva. O objetivo deste tipo de manutenção é prever quando algum dano vai acontecer, com antecedência suficiente para o evitar. É mais avançada do que a manutenção preventiva, mas também é conhecida por exigir um investimento elevado e um esforço de implementação. No entanto, há tantas ferramentas de manutenção preditiva que não devemos tirar conclusões precipitadas. Hoje, queremos entender melhor como funciona a análise de óleo. 

 

O que é a análise de óleo?

A análise de óleo analisa as propriedades do lubrificante, a sua composição e indícios de contaminação. Quase todos os equipamentos usam óleo lubrificante para reduzir o atrito, evitar o superaquecimento e prevenir o desgaste do motor e de componentes mecânicos. Por isso, a análise de óleo é uma das ferramentas mais úteis, mais versáteis e mais acessíveis de manutenção preditiva.

 

⚙️ Quer conhecer outros métodos de monitoramento da condição e manutenção preditiva? Veja aqui 9 métodos de monitoramento.

 

Quais são as vantagens da análise de óleo? 

A análise de óleo várias vantagens que associamos à manutenção preditiva, incluindo:

  • poupança de custos, sobretudo a longo prazo;
  • aumenta a confiabilidade dos equipamentos;
  • reduz o downtime e aumenta o uptime;
  • diminui a manutenção não planejada;
  • aumenta a vida útil dos equipamentos.

 

Como implementar manutenção preditiva através da análise de óleo

As vantagens da análise de óleo são evidentes. Mas falta mencionar outro grande ponto positivo: a análise de óleo é uma das estratégias de manutenção preditiva mais fáceis de implementar. Siga estes cinco passos:

 

1. Selecione o equipamento

Se está pensando em implementar a análise de óleo, o primeiro passo é igual ao de qualquer outra estratégia. Você precisa escolher os equipamentos que justificam o investimento nesta análise. Como a análise de óleo se aplica a tantas máquinas diferentes, você pode fazer a sua escolha com base na criticidade ou com base no risco.

 

2. Planeje a recolha de amostras de óleo

A análise de óleos depende da recolha de amostras regulares. Portanto, você precisa determinar (1) a frequência com que pretende recolher as amostras, (2) como recolher as amostras de forma segura e (3) metodologias para os técnicos não afetarem as amostras e garantir que são confiáveis. Falando nisso, recomendamos que reveja o nosso artigo sobre procedimentos LOTO.

 

3. Escolha os testes apropriados ao óleo

Há vários tipos de análise de óleo. Escolha os testes considerando aquilo que pretende analisar (as propriedades do fluido, o desgaste dos metais ou potencial contaminação):

 

  • Contagem de partículas

A contagem de partículas mede a quantidade de matéria suspensa no óleo, o que é um bom indicador do desgaste do equipamento.

  • Teste de viscosidade

Use um teste de viscosidade se o seu objetivo é ver se o óleo ainda consegue proteger os outros componentes. Geralmente, a viscosidade acima dos 15% indica que precisa de mudar o óleo. 

  • Espetroscopia

A espetroscopia é o melhor método para entender se há contaminação com refrigerante, fuel, água ou outros metais (ferro, cobre, chumbo, etc). Na espetroscopia por infravermelhos, há várias tabelas para identificar cada químico com relativa facilidade. 

⚙️ O Departamento de Energia dos Estados Unidos disponibiliza uma tabela muito completa sobre as causas que podem levar ao aparecimento de diferentes metais (6.3.2.) 

  • Porcentagem de água/ Teste Karl Fisher

A água é uma das principais fontes de contaminação do óleo. O volume de água em partes por milhão é uma análise indispensável se suspeita de um vazamento.

  • Número de neutralização

O número de neutralização mede a acidez ou a alcalinidade do óleo: corresponde ao peso (em miligramas) do ácido ou da base para neutralizar o pH de uma grama de óleo. Quando o óleo está muito ácido, pode provocar oxidação e corrosão.

 

4. Defina os métodos de análise

Não basta fazer a análise ao óleo lubrificante e medir a quantidade total de contaminantes. O quarto passo é escolher os métodos de análise que vai aplicar aos dados que recolhe.

 

  • Análise acumulativa 

A análise acumulativa é um bom método se testar o óleo em intervalos de tempo regulares. Também é uma boa opção para equipamentos usados sem interrupções.

  • Aumento em função tempo (“rise-over-run”)

Se recolhe amostras em intervalos de tempo variáveis, é preferível usar um método que tenha em conta o tempo e o número de ciclos. Assim, você pode avaliar se o desgaste do óleo está acontecendo em um ritmo normal ou não.

  • Crescimento em % 

No caso de pretender medir a viscosidade do óleo, recomendamos que meça o crescimento em porcentagem. Isto vai indicar como o óleo está se comportando ao longo do tempo, até precisar de ser substituído.

  • Análise de tendências 

A análise de tendências é um dos melhores métodos se o seu objetivo é perceber se está acontecendo contaminação com metais. Acompanhar as tendências ao longo do tempo permite detectar o dano e a sua origem a tempo. 

 

5. Reveja e implemente melhorias 

Uma das partes mais positivas da análise de óleo é que já existe muita informação disponível à priori. Isto é, se um determinado metal está aumentando ao longo do tempo, é relativamente simples entender a origem do problema e tomar medidas a tempo. Ainda assim, não podemos nos esquecer que, na manutenção preditiva, a análise de dados é tão importante quanto a monitoramento da condição.

 

Por isso, você pode (e deve) cruzar os dados ao longo do tempo. Houve algum dano que não conseguiu prevenir? Quais eram os indicadores antes desse dano acontecer? Já detectou padrões e tendências? Há alguma forma de automatizar mais as reparações? Avalie o que está cumprindo os objetivos, o que não está resultando como esperado e tente otimizar o uso dos dados recolhidos ao longo do tempo.

 

Antes de terminar, queremos recordar que você pode integrar os seus dispositivos IoT, analisar dados e automatizar ordens de trabalho em uma só plataforma inteligente de gestão de manutenção. Faça mais… com o mesmo!