Não é segredo que as manutenções preditiva e prescritiva ainda têm um alto custo para as pequenas e médias empresas. Mas, e se você pudesse ter essas manutenções como um serviço ou como uma assinatura, muito semelhante ao seu atual CMMS? Ou comprar serviços de manutenção dos fornecedores de equipamentos? A IoT abre todo um novo mundo de possibilidades, incluindo a Manutenção como Serviço (MaaS, Maintenance-as-a-Service).

 

Como funciona a manutenção preditiva?

As manutenções preditiva e prescritiva são o futuro. A manutenção preditiva consiste na recolha de dados e na utilização de algoritmos para prever falhas. Requer hardware de monitoramento da condição, conectividade e análises avançadas – todas elas com uma fatura elevada.

 

A manutenção prescritiva dá mais um passo em frente, já que “prescreve” ações de manutenção concretas (como encomendar peças, agendar uma reparação, etc.). Naturalmente, isto requer tudo o que a manutenção preditiva faz, mais o hardware de automação industrial.

 

Uma forma de reduzir estes investimentos e solidificar o lugar da manutenção preditiva no “mainstream” é a Manutenção-como-um-Serviço. A IoT permitirá sistemas ciberfísicos, com interfaces de acesso a dados digitais e previsão da probabilidade de falha.

 

Como será a Manutenção como Serviço?

Quando imaginamos a Manutenção-como-um-Serviço (MaaS), é sobretudo “manutenção preditiva como serviço”. Isto permitiria às pequenas empresas experimentar novas estratégias de manutenção e dar a elas acesso a tecnologias de ponta sem se afundarem em dívidas ou arriscando a própria sustentabilidade.

 

O modelo mais simples para a manutenção preditiva como serviço é provavelmente o software misturado com a machine learning. Em primeiro lugar, o software recebe dados de monitoramento periódicos ou contínuos do equipamento. Depois, com base em dados históricos e inteligência artificial, faz todo o trabalho de ciência de dados e computação autonomamente. A exatidão é suscetível de melhorar com o tempo.

 

A não ser que… seja possível envolver os fabricantes. Os fabricantes de equipamentos têm mais informação sobre os ativos. O conhecimento deles é fundamental para monitorar os ativos e construir modelos de dados precisos para prever a probabilidade de falha. Isto nos leva a outros potenciais modelos de manutenção-como-um-serviço para a manutenção preditiva.

 

Potenciais Modelos de Manutenção Preditiva como Serviço

 

Monitoramento dos equipamentos e recomendações de manutenção como serviço 

No futuro, os fabricantes poderão fornecer ferramentas online (ferramentas baseadas na nuvem, talvez baseadas em assinaturas) para monitorar o estado dos equipamentos. Estas ferramentas permitem às empresas obter recomendações de manutenção preditivas e ajustar os planos em conformidade.

 

Para os fabricantes, esta é uma oportunidade de fazer um “upsell“. Para além da venda de equipamentos, ofereceriam também serviços de manutenção. Para as empresas, esta opção consegue fornecer informações detalhadas. O software baseado unicamente em dados históricos só poderá produzir recomendações de manutenção de nível mais elevado (“inspeção programada” ou ordens de trabalho automáticas para “calibração/ lubrificação/etc.”).

 

Integração de dados de equipamentos com os dados do fabricante através de plataformas de manutenção

Se os fabricantes não fornecem ferramentas online, ou se não podem fornecer recomendações a cada cliente, empresas externas podem providenciar soluções. Como uma extensão do atual CMMS e software de manutenção, os dados de monitoramento do equipamento podem ser integrados com os conjuntos de dados e recomendações do fabricante.

 

Naturalmente, isto requer a colaboração entre fabricantes e fornecedores de software. No entanto, com a ênfase atual no direito à reparação e o desejo de maior transparência – os fabricantes de automóveis já têm que divulgar planos de manutenção, por exemplo – é uma solução viável.

 

Empresas externas serão provavelmente capazes de personalizar as interfaces, e talvez até algoritmos, a cada cliente. Como consequência, esta será provavelmente uma opção mais orientada para o cliente do que as ferramentas do fabricante.

 

Equipamento como um “serviço” e opções de leasing

A “economia compartilhada” ainda não deixou a sua marca no mundo da manutenção. Mas ainda há tempo. Em vez de pagarem antecipadamente as ferramentas de previsão, as empresas podem pagar por hora ou por tempo de funcionamento. O monitoramento de hardware torna-se um serviço essencial ou um serviço de assinatura.

 

De fato, o próprio equipamento pode ser pago em prestações mensais. O fabricante é responsável pela manutenção e as empresas pagam taxas de acordo com a utilização, que é monitorada através de contadores inteligentes. Esta pode ser uma solução para adquirir equipamentos de impressão 3D, por exemplo.

 

Compartilhamento de dados com fornecedores

Mais do que “manutenção-como-um-serviço”, isto seria “gestão de inventário como serviço”. Você pode compartilhar dados de equipamentos com os fornecedores para automatizar as encomendas e evitar tempos de espera. Se os fornecedores conseguirem prever quando e o que vão precisar, é muito mais fácil gerir o inventário em tempo útil.

 

Bônus: “Garantia-como-um-serviço”

Estamos todos muito familiarizados com o interminável “a culpa não é minha”. Quando uma máquina estraga antes do previsto, os fabricantes culpam os operadores. Os operadores culpam os fabricantes e exigem o direito à garantia. Já que poderemos controlar de perto o equipamento, as garantias podem mudar.

 

Em vez de uma garantia baseada no tempo (um ou dois anos), poderemos ver garantias de utilização ou de produção, por exemplo. Estas “garantias preditivas” colocam novamente o ônus nos fabricantes e permitem às empresas provar que têm cumprido todas as recomendações.

 

Porque a manutenção como serviço não é ainda uma realidade neste momento?

A Manutenção-como-um-Serviço está se tornando cada vez mais uma realidade neste momento. Todos os dias, tentamos introduzir inteligência artificial na nossa plataforma de manutenção e fornecer sugestões inteligentes. Apesar disso, existem ainda alguns obstáculos que impedem a MaaS de se tornar tão comum como o CMMS, por exemplo.

 

Um deles é a implementação da IoT e o aumento da conectividade, que também requer cobertura 5G. Embora a maioria das empresas esteja consciente da importância da manutenção preditiva, muitas são confrontadas com o envelhecimento do equipamento. É necessário que ele seja recondicionado ou substituído.

 

O outro obstáculo é a propriedade dos dados e as políticas de privacidade. Os dados sobre ativos são um tópico altamente sensível, e as políticas de dados entre empresas, fornecedores e outros parceiros precisariam de ser altamente fortalecidas. Algumas empresas talvez nem sequer estejam dispostas a compartilhar os seus dados, que é o que, em última análise, permite aos fabricantes e aos programadores construir algoritmos precisos.

 

Por fim, há a questão das margens de lucro, transparência e responsabilidade. Embora todos estes modelos pareçam benéficos para as empresas, para os fabricantes é uma forma completamente nova de operar. O custo de fabricação de certas máquinas pode ser muito alto para ter uma margem decente em um serviço baseado em assinaturas. Ou talvez ainda não estejam preparados para cumprir as garantias e as políticas de proteção de dados.

 

No entanto, de uma ou outra forma, a IoT irá um dia ao encontro da manutenção preditiva. Entretanto, saiba como uma Plataforma Inteligente de Gestão de Manutenção pode automatizar a manutenção e melhorar as operações diárias.