A gestão de fornecedores está diretamente relacionada com a gestão de stock. É este relacionamento que permite garantir o fluxo de pedidos, compra, entrega e pagamento entre o empreendedor e seus stakeholders.
Saber como gerir e adotar boas práticas de relacionamento com os fornecedores, independentemente do tipo de negócio, é essencial para se tornar uma referência no mercado. O cenário competitivo do mercado exige que as empresas se destaquem, principalmente perante o cliente final, que precisa de sentir confiança e um serviço de qualidade.
A gestão de fornecedores na cadeia de fornecimento
O SRM (em inglês, Supplier Relationship Management), define a forma com que a empresa se relaciona com os stakeholders, assim como a abordagem que adotará frente aos mesmos. Ou seja, a interação entre a empresa e quem oferece os produtos (fornecedores externos), tais como matérias-prima, ou materiais necessários para a produção ou realização de serviços (internos).
Esta prática empresarial visa tornar os processos burocráticos mais eficazes, simplificando o fluxo para que o cliente possa ser beneficiado. No caso da cadeia de fornecimento, existem ferramentas que permitem partilhar as informações necessárias para que o fluxo se complete.
A empresa que adota o SRM cria uma espécie de comunicação direta com seus fornecedores, com o objetivo de aumentar a eficiência das atividades realizadas (compra de materiais, bens ou serviços).
Com um software eficiente para este efeito, é possível organizar e facilitar a rotina diária com os fornecedores, além de reduzir custos, sem perder a qualidade final do produto.
Faz parte da Gestão de Fornecedores avaliar os serviços prestados, no que diz respeito ao preço, pontualidade de entrega e qualidade dos produtos. Manter o padrão elevado, com análises periódicas, é fundamental para a gestão empresarial.
Esse acompanhamento também facilita a tomada de decisões, como, por exemplo, na procura de novos fornecedores externos. Esta decisão não está necessariamente relacionada com a qualidade dos serviços prestados — é necessária uma estratégia para determinar que tipo de stakeholder agrega mais benefícios associados à parceria. Esta é, inclusive, uma das premissas e conceitos apresentados pela Indústria 4.0. Considerar fornecedores que se preocupam com o meio ambiente e a sustentabilidade, por exemplo, pode refletir-se positivamente na marca.
Tipos de fornecedores
Para uma gestão eficiente, cada empresa deve avaliar os tipos de fornecedores de que precisa. Para isso, é preciso considerar os produtos necessários — a produção final depende de um ou mais produtos? Dependem, ou não, de intermediários?
Perguntas como estas devem ser feitas em conjunto com os departamentos de compras e stock, para determinar qual ou quais devem ser os tipos de fornecedores. Em seguida, vem uma pesquisa de mercado e, por fim, é possível estabelecer o relacionamento:
- Single Sourcing: empresas que fornecem produtos específicos (únicos);
- Multiple Sourcing: várias empresas que fornecem o mesmo produto (similares);
- Global Sourcing: fornecedores internacionais (produtos diferenciados).
Esta é uma diretriz importante para determinar quem serão os parceiros de negócio.
Fluxo de gestão
A partir do momento que é estabelecido quais serão os tipos, inicia-se o processo de estruturação do fluxo para a Gestão de Fornecedores. Essa estruturação facilitará o processo, orientando o profissional responsável.
Portanto, se é um Técnico ou Gestor de Manutenção encarregado desta função, considere analisar e elaborar esta rotina:
- Analisar e elaborar um relatório com a descrição das necessidades e produtos;
- Selecionar a fonte de fornecimento (com pesquisa prévia da concorrência);
- Informar-se dos preços praticados, assim como as características do produto;
- Criar as ordens de compra e o follow up dos pedidos realizados;
- Verificar a entrega, assim como as notas fiscais emitidas;
- Fazer a manutenção de arquivos e registos (histórico de atividades);
- Criar e manter o bom relacionamento com os fornecedores.
Consequências da má gestão de fornecedores
Este tipo de gestão acarreta diversas vantagens para a empresa. Em contrapartida, a má gestão de fornecedores, ou até mesmo a sua inexistência, pode provocar alguns prejuízos (financeiros ou não) para o negócio, como:
- Interrupção da cadeia de produção devido ao não fornecimento de determinados produtos essenciais;
- Atraso de produção e/ou lançamento de um determinado produto ou serviço, pelo mesmo motivo que o mencionado no tópico anterior;
- Insatisfação por parte do cliente, que não recebeu o seu produto na data agendada e/ou esperada, enfraquecendo a força de mercado da marca;
- Penalidades previstas em lei por parte das entidades reguladoras, dependendo do tipo de negócio.
A importância da gestão de fornecedores
Estabelecer relações duradouras e eficientes com fornecedores externos não era prioridade dos empresários até algo recentemente. Mas as “regras” de mercado mudaram e cada vez mais são exigidos padrões elevados de qualidade.
Uma das formas de garantir esses padrões, assim como reduzir os custos e garantir a satisfação do cliente, é fazer uma gestão de fornecedores harmoniosa, pelo que o relacionamento cada vez mais direto com os fornecedores é importante.
Na cadeia de fornecimento, a necessidade e importância é ainda mais elevada, por se tratar da gestão de mútliplos fluxos (informações, bens, finanças e serviços). Por isso, para cumprir com os objetivos organizacionais e as metas estabelecidas, fazer essa gestão é o cenário ideal. As vantagens também são diversas, tais como:
- O valor agregado dos produtos / serviços / matéria-prima torna-se mais elevado;
- Garantia de competitividade de mercado (graças aos preços reduzidos);
- Acompanhamento dos avanços tecnológicos;
- Otimização do ciclo de vida do produto (reduzindo o tempo médio de aquisição por parte dos clientes).
Boas práticas de gestão de fornecedores
Manter uma relação confiável com os fornecedores escolhidos para o negócio não é difícil, nem requer um esforço extraordinário. Aos poucos, ela torna-se numa rotina prática do dia-a-dia e.
Fará parte da cultura empresarial (de sucesso):
Preço não está acima da qualidade: já diz o ditado que “o barato sai caro”. Economizar colocando em risco a qualidade do produto final é dar “um tiro no próprio pé”. O cliente ficará insatisfeito e a marca pode perder prestígio. Portanto, priorize a gestão com fornecedores qualificados.
Aprenda a negociar: mas não antes de estudar o mercado, a concorrência e a experiência de mercado que o fornecedor externo possui. Estar atento e conhecer o mercado é fundamental para fazer a escolha certa.
Comunique: com os fornecedores para tornar o relacionamento não só direto, como produtivo. Escolha e estabeleça os canais de diálogo para que não haja erros, dúvidas ou falhas de informação.
Acompanhe o(s) fornecedor(es): para saber se a sua reputação continua a mesma no mercado, assim como os índices de desempenho. Priorize a excelencia e ela será refletida no seu negócio.
Planeie a longo prazo: estabelecer uma relação, assim como a confiança, é algo que leva tempo. Portanto, na hora de escolher o fornecedor ideal, visualize o cenário a longo prazo. Esse tipo de gestão faz com que a rotina de produção esteja cada vez mais otimizada.
O relacionamento com fornecedores
Estabelecer este tipo de relacionamento exige organização e disciplina por parte do profissional responsável. Desta forma, é possível adequar e estruturá-lo. Afinal, fazer com que o negócio evolua é o objetivo de qualquer empresa. Para isso:
Determine os objetivos: é muito importante que os fornecedores estejam alinhados com os valores, visão e missão da empresa, bem como as metas a serem cumpridas, para que não haja falhas de ambas as partes.
Organize os processos: após partilhar os objetivos, é preciso criar e estabelecer um fluxo para ser seguido. Esta organização é inerente a todos os setores, inclusive o de gestão de fornecedores e stock.
Construa e mantenha o bom relacionamento: é muito importante entender que, para o negócio prosperar, ele depende de fatores externos, como os fornecedores. Portanto, crie uma relação “wiw-win”.
Entenda os custos: não apenas do produto em si, mas de todos os valores envolvidos na cadeia de fornecimento. Desta forma, é mais fácil planear e estruturar os pedidos, assim como escolher e negociar os melhores preços.
Partilhe informações: sejam elas positivas ou críticas. As relações com os fornecedores devem ser próximas e de confiança. Não é necessário cominucar questões confidenciais, mas sim aquelas essenciais para o fluxo.