Segundo a Organização Mundial de Saúde, milhões de europeus passam, em média, 90% do tempo em ambientes fechados. Um número que torna fácil compreender a importância do ar interior, cuja qualidade se repercute não apenas na saúde, mas também na produtividade — um estudo das Universidades de Harvard e Syracuse concluiu que os ambientes interiores ‘verdes’ resultam em desempenhos cognitivos 61% superiores aos registados em ambientes convencionais.  

Mas, antes de lhe mostrarmos a melhor forma de controlar  o ar no interior de um edifício e como isso pode beneficiar a sua operação de facility management (FM), saiba um pouco mais sobre dados ambientais e manutenção preditiva.

O que são dados ambientais?

No contexto de recintos fechados, o conceito de dados ambientais refere-se à medição e monitorização de vários parâmetros que influenciam a qualidade do ambiente desses espaços. Esses indicadores podem ser de três tipos:

  • Físicos: humidade, temperatura, pressão atmosférica, velocidade do ar, etc. — fundamentais para o conforto térmico e ventilação adequada;
  • Químicos: CO₂, formaldeído, partículas em suspensão (PM10 e PM2.5), e compostos orgânicos voláteis (COV), entre outros —indicadores da presença de poluentes nocivos;
  • Biológicos: bactérias, fungos e outros microrganismos — a sua presença pode afetar diretamente a saúde.

A recolha destes dados é feita com sensores e outros equipamentos que permitem identificar riscos, garantir ambientes saudáveis e tomar decisões informadas no âmbito da gestão dos edifícios e dos seus ativos.

E o que é a manutenção preditiva?

A manutenção preditiva é uma estratégia de gestão de ativos avançada, que utiliza dados em tempo real para prever falhas e executar intervenções antes que surjam problemas. Trata-se de um tipo de manutenção mais precisa, com vantagens a vários níveis.

Ao fazer uso de sensores que medem parâmetros como vibração, ruído, CO2, temperatura ou humidade, e de análises automáticas que identificam sinais precoces de desgaste ou mau funcionamento, a manutenção preditiva é uma abordagem mais inteligente

Ao contrário da abordagem corretiva ou reativa, em que a manutenção intervém após a falha acontecer, e da abordagem preventiva, em que a manutenção segue um calendário regular baseado em estimativas, a manutenção preditiva atua no momento certo — nem demasiado cedo, nem demasiado tarde. As falhas e os períodos de inatividade diminuem, a vida dos equipamentos é prolongada e os custos da operação baixam.

E os números não enganam: segundo a consultora Deloitte, a manutenção preditiva pode reduzir em 20%-50% o tempo dedicado ao planeamento da manutenção; aumentar o tempo de atividade dos equipamentos entre 10% a 20%, e reduzir os gastos com manutenção entre 5% a 10%.

📄Leia também: Os 3 principais tipos de manutenção

Manutenção e dados ambientais: a eficiência está no ar

Voltando ao impacto da qualidade do ar interior — ou IAQ, na sigla inglesa —, este não se manifesta apenas na saúde e bem-estar das pessoas, afetando também a manutenção e a durabilidade dos edifícios e dos seus equipamentos. Uma IAQ baixa pode, por exemplo, acelerar o desgaste dos sistemas AVAC, aumentando os custos de manutenção e reduzindo a eficiência energética.

Assim, monitorizar indicadores como os níveis de CO2, a temperatura e a humidade, é a chave para edifícios não só mais saudáveis, como mais eficientes e com custos operacionais mais reduzidos.

Mas, como controlar o ar e implementar uma manutenção preditiva? A resposta está na integração entre a Infraspeak e a InBiot — uma simbiose que promete revolucionar a gestão dos seus edifícios e da sua operação de FM.

[sugestão de destaque]

Fundada em 2018 na região espanhola de Navarra, a InBiot é uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções inteligentes para controlo e gestão da qualidade do ar interior. A sua missão é melhorar o bem-estar das pessoas em ambientes fechados, através de tecnologias avançadas que integram IoT, AI e análise de dados.

Maior controlo da qualidade ambiental, menos falhas operacionais

Confortável, saudável e sustentável — eis a tríade de atributos de um edifício que qualquer gestor deseja alcançar. No entanto, sem as ferramentas certas — isto é, sem as ferramentas que fornecem os dados certos da maneira certa —, essa missão torna-se caótica, dispendiosa e raramente bem-sucedida.

Pelo contrário, ao dispor de dados em tempo real, tais como a temperatura e a humidade — recolhidos pela tecnologia da InBiot, cruzados com os dados dos ativos na Infraspeak, e disponibilizados com as poderosas capacidades da plataforma —, a sua equipa técnica vai conseguir antecipar problemas, agir mais depressa e conferir eficiência à operação de manutenção. Resultado: edifícios com melhor desempenho e com maior valor imobiliário e reputacional.

Principais consequências da falta de dados ambientais em tempo real

Perante a ausência de dados atualizados e precisos, as equipas de manutenção limitam-se, na melhor das hipóteses, a seguir um calendário fixo, que não tem em conta a verdadeira condição dos equipamentos ou o efetivo estado do ar. Tal abordagem implica uma série de desvantagens e riscos, nomeadamente:

  • Intervenções de manutenção e alocação de recursos desnecessárias
  • Substituição prematura de peças
  • Falhas não identificadas, que levam a downtime não planeado
  • Atrasos na resolução dessas falhas, por falta de informação
  • IAQ deficiente não detetada, o que pode provocar danos na saúde dos utilizadores dos espaços
  • Custos desnecessários

Vantagens da integração dos dados ambientais em FM

Deteção atempada das necessidades de manutenção

Os indicadores relativos à qualidade do ar interior não têm apenas relevância ambiental — são igualmente indicadores técnicos, que podem sinalizar falhas iminentes nos sistemas de ventilação, aquecimento ou refrigeração.

Exemplo 1: níveis de CO₂ acima de 1000 ppm indicam ventilação insuficiente. Recebendo o respetivo alerta, a equipa técnica pode ajustar o sistema AVAC antes que os ocupantes do espaço manifestem cansaço ou falta de concentração.

Exemplo 2: temperatura elevada em salas de servidores, por exemplo, pode danificar componentes eletrónicos. Os sensores da InBiot detetam esse risco e fazem disparar automaticamente ordens de trabalho na Infraspeak.

Melhor gestão dos recursos humanos

Quando os dados ambientais são integrados numa plataforma como a Infraspeak, as equipas técnicas têm acesso imediato à informação e conseguem priorizar tarefas com base no que realmente está a acontecer no edifício e não apenas no calendário de manutenção. Com técnicos mais autónomos, os facility managers ganham tempo para se dedicar às decisões estratégicas.

Gestão de conformidade aprimorada

Com objetivos ESG cada vez mais exigentes, as empresas encontram na integração entre os dados ambientais e a manutenção uma ajuda essencial. Para além de poupanças a diversos níveis, como as relativas ao consumo de energia, esta integração facilita os processos de auditoria e evita multas.

Como? Com monitorização contínua e ativação de alertas, permitindo que o cumprimento das normas e da legislação seja mais fácil e permanente, e através do histórico de dados no sistema, que comprova esse mesmo desempenho. No final do ano, o seu Relatório & Contas será mais atrativo para stakeholders e potenciais investidores.

A integração dos dados ambientais na prática

Se já é cliente Infraspeak, sabe que a nossa equipa o acompanhará ao longo de todo o processo e que a nossa plataforma foi especialmente desenhada para integrar outros  sistemas como o da InBiot. Este processo de implementação é muito fácil e podemos resumi-lo em quatro passos:

1. Instalação de sensores nas zonas críticas.

2. Proceder à integração com a Infraspeak, para que os dados ambientais passem a estar disponíveis na plataforma, num fluxo contínuo.

3. Selecionar os KPI e configurar alertas – Ex.: “Alertar se a temperatura na sala dos servidores ultrapassar os 25ºC”.

4. Obter relatórios em tempo real, insights e sugestões acionáveis, para tomadas de decisão informadas e uma gestão da manutenção mais eficiente.

Avance para o próximo nível, na sua estratégia de manutenção preditiva

Se, por um lado, a qualidade do ar interior é uma preocupação crescente da sociedade, refletindo-se nas exigências das empresas para com os seus fornecedores de FM, por outro, a manutenção preditiva veio para ficar — é o novo padrão para quem quer liderar em eficiência e sustentabilidade o setor do FM. Juntar estas duas dimensões é como ter o melhor dos dois mundos. Vamos a isso?