Provavelmente já todo mundo ouviu falar em manutenção preditiva. Mas não há muitas pessoas com estratégias preditivas propriamente ditas em prática. Se você está neste grupo, talvez ainda tenha dúvidas sobre o custo-benefício da manutenção preditiva. Será que ela vai dar retorno sobre o investimento?

 

Os benefícios da manutenção preditiva 

É provável que já tenha ouvido falar dos benefícios da manutenção preditiva. Mas prometemos que vai valer a pena! É muito fácil se perder no debate entre o “custo da manutenção preditiva” versus “custo da manutenção corretiva”. No entanto, não podemos medir a relação custo-benefício tendo apenas em consideração o custo da própria manutenção.

 

A manutenção preditiva elimina o tempo de paradas

A manutenção corretiva tem custos elevados e não evita o downtime. A manutenção preditiva consegue eliminar horas de paradas, o que leva a maior produtividade e confiabilidade. Como exemplo, podemos citar o downtime médio não planejado na Indústria do Petróleo e do Gás:

 

Unplanned downtime (predictive maintenance)

Fonte: Oden Technologies.

 

A manutenção preditiva prolonga a vida útil dos ativos

Quando você consegue detectar falhas com precisão e evitar danos, até os ativos mais velhos se tornam mais confiáveis. Isso significa que você pode obter mais retorno do investimento por cada equipamento.

 

A manutenção preditiva evita o desperdício

Estudos realizados revelaram que 30% da manutenção preventiva baseada no tempo é desnecessária, o que gera desperdícios (Lamentamos informá-lo). Se a manutenção preditiva conseguir evitar, quanto tempo e recursos podem ser poupados?

 

A manutenção preditiva não é intrusiva

Você faria um check-up médico se isso colocasse a sua vida em risco? Muitas vezes, a manutenção preventiva requer atividades de desmontagem e remontagem, o que aumenta a probabilidade de um dano no futuro e os custos relacionados a isso.

 

A manutenção preditiva tem um bom custo-benefício?

Por mais tentador que pareça, a questão ainda se mantém no ar. Será que a manutenção preditiva é realmente rentável? Como qualquer gestor de manutenção sabe, a maioria das técnicas de monitoramento da condição – uma condição não negociável para a manutenção preditiva – ainda envolve elevados custos iniciais. E depois ainda há o custo da modelação e análise de dados. Para muitas empresas, pode ser proibitivo. Assim, se coloca a questão de saber se a manutenção preditiva é o oásis no deserto que todos nós queremos que seja.

Partimos à procura da resposta. De acordo com um estudo da McKinsey amplamente citado, publicado em 2018, a manutenção preditiva pode melhorar a eficiência da manutenção e gerar “economias substanciais” de várias maneiras:

  •  Reduz os custos de manutenção em 18-25%.
    • Aumenta a disponibilidade em 5-15%, o que se traduz em ainda mais ganhos.

 

Nesse mesmo ano, a PWC publicou um relatório intitulado “Predictive Maintenance 4.0 –  Beyond the Hype: PdM delivers results” (“Além do hype: a PdM apresenta resultados”). O estudo avaliou 268 empresas europeias da Bélgica, Alemanha e Holanda. Se concentrou na forma como passamos de inspeções visuais a inspeções por instrumentos, monitoramento da condição em tempo real e, agora, para o novo e promissor mundo da análise de big data em tempo real (PdM 4.0).

Mais uma vez, o estudo mostrou que a manutenção preditiva tem um bom custo-benefício na indústria:

  • As empresas diminuíram os custos de manutenção em 12% (menos do que no estudo da McKinsey, que apontava para 18-25%) e a disponibilidade melhorou em 9%.
  • A manutenção preditiva também prolonga a vida útil de ativos envelhecidos em 20%.
  • Reduziu os riscos de segurança, saúde, ambiente e qualidade em 14%.

Ambos os estudos provam que a manutenção preditiva permite:

  • manutenção mais orientada (menos desperdício em reparações e inspeções);
  • qualidade previsível e confiabilidade melhorada;
  • melhor eficácia global (OEE); 
  • maior vida útil dos ativos.

 

A história se complica: quanto custa o downtime dos equipamentos?

Outro relatório de 2018 do Grupo CXP mostrou que 91% das empresas conseguem uma redução no tempo de reparação e no tempo de parada não planejado, e 93% conseguem uma melhoria das infraestruturas mais antigas. Se isso significa ou não um retorno positivo do investimento depende de (1) quanto essas reparações custariam e (2) quanto as empresas perdem com downtime não planejado, mas as estatísticas são sem dúvida promissoras.

 

Enquanto tentávamos responder a essa pergunta, encontramos um relatório de 2016 do Grupo Aberdeen. O relatório diz que, na ocasião, o tempo de parada não planejado de equipamentos custava, em média, 260 000 dólares por hora (um aumento de 60% em relação a 2014.) E quanto tempo dura o downtime médio? Segundo a Machine Metrics, cerca de 4 horas. Agora, isso é um valor enorme: 1 040 000 dólares em média por cada parada! Se ao menos a manutenção as pudesse evitar…

 

Mas isso são apenas valores médios e estatísticas, certo? Com certeza sua empresa não perde cerca de um milhão de dólares (aproximadamente 5 milhões de reais) cada vez que uma máquina fica fora de serviço. Então, quanto o downtime custa à sua empresa? Comece calculando os custos de contenção e reparação. Depois, calcule a produção que perdeu e o que esta representa em termos de receitas. Adicione qualquer outro custo em que possa ser envolvido (indemnizações a terceiros, etc.), e some.

 

Estes não são cálculos fáceis (ou agradáveis). No entanto, é absolutamente necessário avaliar quanto se arrisca a perder todos os anos. Isto te dá uma ideia para o quanto você pode investir e para quando pode esperar o retorno do investimento. No entanto, se quiser ser detalhista, aprofundamos um pouco mais este tema para você.

 

Quanto vai poupar com manutenção preditiva?

Saber o custo do downtime e das reparações é um bom começo. Se o custo da manutenção corretiva for o mesmo, então não vai poupar nada. Agora, quando se compara manutenção preventiva e preditiva, a escolha não é tão simples.

 

A manutenção preditiva é mais direcionada, mas não é infalível. Qual é a precisão? Qual é a probabilidade de prever falhas? E é possível prevê-las a tempo? A Packt tem um tutorial para que você possa fazer alguma modelação:

 

Poupança líquida = (Custo da falha * [Número Esperado de Falhas – Previsões Verdadeiras Esperadas]) – (Custo de Reparação Proativa * [Verdadeiros Positivos Esperados + Falsos Positivos Esperados])

 

Será que a manutenção preditiva tem um bom custo-benefício? Tudo aponta para um sonoro “sim”, pelo menos na indústria. Vale a pena o investimento para a sua empresa? Para quando você pode esperar o retorno do investimento? Monitore os indicadores-chave de desempenho, investigue técnicas de monitoramento da condição e faça as suas próprias contas.