Os avanços tecnológicos, as mudanças nas expectativas dos consumidores e os objetivos globais de sustentabilidade estão a redefinir a forma como hotéis, resorts e outros estabelecimentos operam. Desde a integração da inteligência artificial até à crescente procura por experiências focadas no bem-estar, estas mudanças estão prestes a transformar as interações com os hóspedes e as estratégias operacionais.
Ao mesmo tempo, o setor enfrenta desafios persistentes, como a escassez de mão de obra, o aumento dos custos operacionais e a complexidade de satisfazer as diversas preferências dos clientes. Equilibrar inovação com resiliência será fundamental para que os operadores do setor da hotelaria prosperem em 2025.
Tecnologias sem contacto e ininterruptas
A tecnologia sem contacto está a liderar a inovação no setor da hotelaria, transformando a forma como os hóspedes interagem com os serviços. As aplicações móveis permitem check-ins simplificados, chaves digitais para os quartos e pagamentos sem contacto, oferecendo conveniência e reduzindo os pontos de interação física. Quartos inteligentes equipados com IoT proporcionam controlos personalizados para iluminação, temperatura e entretenimento, melhorando a experiência global dos hóspedes.
Estes avanços são cruciais para responder às expectativas dos viajantes modernos, que valorizam a conveniência e a higiene. No entanto, a integração destes sistemas exige uma infraestrutura tecnológica robusta e uma gestão cuidada dos riscos de cibersegurança para proteger os dados dos hóspedes.
Surpreendentemente – tendo em conta que os hotéis lidam com dados bastante sensíveis – a cibersegurança não tem sido verdadeiramente abordada na indústria hoteleira. Agora, eis que, de acordo com o relatório Hotel Outlook da PwC (2018-2022), a hotelaria tem o segundo maior número de falhas de cibersegurança (já agora, apenas atrás do setor do retalho).
Mesmo grandes cadeias de hotéis, como Hilton e Marriot, sofreram extensas violações de dados de cartões de crédito. Mas mais vale tarde do que nunca! 202 parece um bom ano para trabalhar na cibersegurança do seu hotel. Deixe de utilizar sistemas antigos e implemente software que é atualizado regularmente, tenha uma forte firewall e ajude os clientes a evitar ataques de phishing.
A sustentabilidade como fator de decisão
Os hotéis estão a adotar práticas sustentáveis, como iluminação eficiente no consumo de energia, controlo climático inteligente e redução do uso de plásticos descartáveis. Muitos estabelecimentos estão a recorrer a fornecedores locais para minimizar a pegada de carbono e, ao mesmo tempo, apoiar as economias regionais. Certificações ecológicas, como a LEED e a Green Key, estão a tornar-se ferramentas de marketing essenciais para atrair hóspedes conscientes do ambiente.
Contudo, implementar estas medidas requer esforços financeiros e logísticos significativos, especialmente para operadores mais pequenos. Equilibrar estes investimentos com as necessidades operacionais continua a ser um desafio importante para o setor.
O Global Destination Sustainability Movement Index está a crescer em importância, o próximo FITUR — sem dúvida o maior evento turístico da Europa — vai centrar-se na sustentabilidade e os inquéritos mostram claramente que a sustentabilidade é uma preocupação para a maioria dos viajantes, embora 43% deles digam que raramente ou nunca conseguem viajar de forma sustentável.

O que importa é a experiência
“Não se trata do objetivo, mas sim da viagem”. Não se trata do destino, mas sim da experiência. As férias de experiências são uma das maiores tendências no turismo, e muitas pessoas estão a escolher “experiências” e “retiros”, muitas vezes apoiando as empresas locais, em detrimento do turismo de massas. Antigamente, apenas os hotéis de luxo costumavam servir o “nicho da experiência”, apresentando-se como uma experiência em si mesmos.
Mas as “experiências” têm sido democratizadas por dezenas de plataformas que ligam os viajantes aos locais, como withlocals.com, showaround.com ou mesmo a AirBnB. As experiências online, lançadas durante a pandemia, foram o produto da AirBnB com o crescimento mais rápido até hoje. As próprias reservas de experiências aumentaram quase 7 vezes desde 2017.
Um inquérito recente da Skift disse que “69% dos inquiridos preferiam gastar mais dinheiro em atividades melhores do que num quarto de hotel mais agradável (31%)”. Quase a mesma percentagem disse que “querem voltar após terem experimentado algo novo” (65%) e apenas 35% disseram querer voltar “a sentir-se descansados e recarregados”.
Mesmo para conferências e reuniões, deve conseguir oferecer ferramentas inovadoras para impressionar os seus clientes e tornar essas experiências empresariais memoráveis com o software de gestão de eventos certo.
O upskilling é a nova contratação
A crise atual de escassez de mão de obra, causada por uma combinação de fatores, incluindo o envelhecimento da população, a popularidade do trabalho remoto e a tendência de quiet quitting, está a custar dinheiro a muitas empresas em salários e remunerações mais elevados, bem como ruturas nas cadeias de abastecimento. Para evitar o pagamento excessivo e assegurar uma boa adaptação às novas contratações, muitas empresas, incluindo as do setor da Hotelaria, estão a optar por melhorar ou requalificar as suas equipas atuais.
Isto não só ajuda os colaboradores a sentirem-se valorizados e aumenta o seu valor para a empresa, como também melhora a produtividade e o bem-estar dentro do negócio. A formação do pessoal atual pode ser uma forma rentável de lidar com a escassez de mão de obra e satisfazer as necessidades evolutivas do seu negócio.
Aumento dos custos operacionais
A inflação e o aumento dos custos com alimentação, mão de obra e energia estão a colocar uma grande pressão sobre os negócios da hotelaria. Para enfrentar este desafio, os hotéis estão a investir em tecnologias energeticamente eficientes e em estratégias inovadoras de geração de receitas, como transformar espaços subutilizados em áreas de co-working ou locais para eventos. Embora estas medidas possam ajudar a mitigar os custos, exigem investimentos iniciais significativos e uma execução cuidada para garantir benefícios sustentáveis a longo prazo.