A ISS Facility Services, fundada em 1901 em Copenhague, na Dinamarca, é uma das maiores empresas de Facility Management do mundo. Em 2020, tinha mais de 400.000 funcionários em 40 países e somava clientes em diversos setores, incluindo na saúde, bancos, na aviação e na indústria.

 
Para tornar o workplace mais produtivo e seguro, a ISS presta todo o tipo de serviços, de soft a hard facility management: limpeza, manutenção, jardinagem, gestão de espaços, entre outros. O compromisso que assumem com o cliente é o de implementar estratégias que proporcionem “experiências extraordinárias e espaços seguros”.

 
Recentemente, conversamos sobre o futuro da manutenção com Rui Gomes, Country Manager da ISS Facility Services Portugal. Falamos das suas previsões sobre o impacto da pandemia, os desafios que o FM vai enfrentar no futuro e as mudanças a que vão precisar ser feitas. Agora, publicamos a entrevista na íntegra!

 

Rui, quais são os principais desafios para o Facility Management hoje em dia?

Considero que os  três grandes desafios são compreender as necessidades dos usuários, adaptar os espaços e os serviços a essas necessidades, e conectar pessoas e espaços.

 

Se falamos em desafios, também temos que falar de tendências. Quais são as maiores tendências para o futuro do Facility Management?

Em primeiro lugar, acredito que o FM vai ganhar um novo papel de relevância, focado não só na prestação de serviços, mas também na experiência dos usuários. 

 
Depois, há outras três questões que também serão grandes tendências:

  • Melhorar a sustentabilidade dos edifícios, onde o FM também assume um papel importante ao ajudar na sua operação e apoiar as ações do cliente;
  • A aposta na tecnologia e na transparência;
  • A relação entre o FM e o RH. 

 

Não se trata apenas de passar do presencial ao virtual, mas de se adaptar a um novo conceito de workplace.

 

Vamos pela ordem. Os dois primeiros desafios que destacou foram “compreender as necessidades dos usuários” e “se adaptar a essas necessidades”. Depois de dois anos de pandemia, ainda estamos em uma curva de aprendizagem?

Apesar de estarmos regressando à nossa vida normal, a pandemia da COVID-19 alterou radicalmente nossos hábitos. Não se trata apenas de passar do presencial ao virtual, mas de se adaptar a um novo conceito de workplace

 
Portanto, as organizações já não avaliam um Facility Manager exclusivamente na prestação do serviço, mas também pela sua contribuição para atrair e reter talentos, assim como para proporcionar uma experiência única aos usuários.

 

Essa alteração de hábitos e a construção de novas experiências são o motivo pelo qual o FM vai ganhar mais relevância? 

Estes novos desafios contribuem para o surgimento de novas tendências no mercado. As organizações já não definem um Facility Manager ou um fornecedor de Facility Services como alguém que se concentra exclusivamente na prestação do serviço, pelo contrário. Os Facility Managers ganharam relevância dentro das organizações porque contribuem para a atração e retenção de talentos, assim como para proporcionar uma experiência única aos usuários.

 

A segunda tendência que destacou logo a seguir foi a sustentabilidade. É algo que assume como uma responsabilidade ou uma expectativa dos clientes?

A sustentabilidade é tão ou mais importante do que ter espaços de trabalho adequados aos seus usuários. Os clientes têm metas ambiciosas já definidas e esperam que os fornecedores os acompanhem e os ajudem a alcançá-las. A contribuição do Facility Management é novamente muito importante aqui, ao implementar melhores práticas nos espaços do cliente.

 

“As pessoas estão no centro da equação.”

 

A terceira tendência que citou é tecnologia. Sem dúvidas, a tecnologia é cada vez mais onipresente, mas qual é o principal impacto para o FM?

A tecnologia surge como uma grande aliada, ajudando o FM com a recolha e análise de dados. Ambos são essenciais para a criação de valor e para o crescimento das empresas, tanto enquanto organizações, como dos seus negócios. Hoje em dia, a análise de dados é fundamental e decisiva na tomada de decisões estratégicas, permitindo que os serviços sejam entregues de uma maneira mais personalizada e adequada às necessidades.

 

A relação mais próxima que citou entre o FM e o RH também contribui para personalizar mais os serviços?

Sim. [Na ISS] Acreditamos que o departamento de RH irá estar muito mais envolvido com o FM na procura de adaptar os espaços às necessidades dos usuários. Isso porque o setor dá um feedback precioso em relação às experiências e de que forma podemos envolver os usuários. As pessoas estão no centro da equação.

 

“As pessoas no centro da equação” parece ser o lema da Indústria 5.0. O que esta mudança significa para quem trabalha em Manutenção e FM?

 
Para quem trabalha no setor do Facility Management, é importante fazer uma reflexão profunda sobre as alterações dos novos contextos de trabalho. Precisamos analisar o seu impacto, quais as necessidades dos usuários, as repercussões da transformação digital e as novas relações entre colaborador e empresa. 

 
Além disso, temos que redefinir os espaços físicos de trabalho e os serviços a que todos estes irão obrigar. Para serem bem-sucedidas, as empresas do setor terão de acompanhar as tendências, e para isso precisam de estar constantemente atualizadas sobre as novas necessidades do mercado.

 

“O papel do Facility Management irá incidir sobre a experiência e necessidades dos usuários dos espaços.”

 

O FM terá que se concentrar mais no usuário final?

Sim. O trabalho do FM terá de se desenvolver em total parceria com os ocupantes dos espaços, para sugerir soluções e melhorias que sejam customizadas e rapidamente adaptáveis. 

 
É este conhecimento e proximidade com o cliente que irá ajudar a proporcionar experiências excepcionais aos usuários, ao mesmo tempo que cuidam dos espaços.

 

Se tivesse que resumir o futuro do FM em uma só palavra, qual seria?

Experiência. Porque acreditamos que o papel do Facility Management irá incidir sobre a experiência e necessidades dos usuários dos espaços.

 

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