Existem duas situações em que o Dimensionamento de Equipes na área de Manutenção são cruciais para o resultado que se pretende obter na Gestão de Ativos. 

A primeira é quando o empreendimento, as instalações, os serviços, os equipamentos e ativos estão em fase de construção e ou posta em marcha, comissionamento e finalmente uso.  É o que internacionalmente chamamos de projetos “greenfield”

A segunda situação, no que se chama comumente de “brownfield”, tudo está em uso e operação, instalações e serviços, mas algum paradigma precisa ser quebrado ou reinventado ou mesmo suprimido e substituído.

Projetos GREENFIELD

Quando nada existe e tudo está por acontecer, o jeito é usar a experiencia de quem já viveu ou vive situações idênticas.

Se a fábrica ou o shopping center ainda não recebeu a última demão de tinta para começar a produção ou a sua utilização, o dimensionamento da equipe de Manutenção tem que passar pelas três fases básicas: Desenvolvimento, Implantação, Execução (com Monitoramento).

Primeiro vem o time que organiza e sistematiza tudo: 

  1. Organogramas;
  2. Descrição de Funções; 
  3. Documentação; 
  4. Planos de Manutenção
  5. Comissionamento; 
  6. Seleção; 
  7. Treinamento de Pessoal.
    Entre outros.

Esse time costumeiramente é pequeno e tem como característica principal uma visão, o posicionamento, o perfil estratégico.

Quantas pessoas e funções? Varia de acordo com o tamanho e segmento do empreendimento, suas condições operativas e até localização.

Desse time inicial, embrionário, sai o dimensionamento de toda a equipe que vai planejar, programar, executar e controlar os serviços de manutenção.   

Projetos BROWNFIELD

Mudar porque? Essa é uma pergunta frequente nas empresas. Uma resposta bem direta e simples é que quem não muda não melhora. Se a empresa não melhora, será ultrapassada e perderá mercado ou dele será excluída. 

Na área de Manutenção, dizem as pesquisas, para não ficar perdido no tempo e no espaço, as estruturas organizacionais, compreendidas aí a quantidade de pessoas e suas qualificações, devem ser revistas e redimensionadas. No Brasil 78% das empresas mudam suas estruturas de Manutenção no máximo a cada 3 anos.

As empresas de melhor desempenho, que fazem parte do grupo de elite das 12% organizações líderes em Gestão de Ativos, fazem mudanças em seus organogramas e “funcionogramas”, as vezes bem radicais, todo ano. 

Os dados aqui comentados são recentes, do ano de 2019, obtidos nas pesquisas com os levantamentos de Dimensionamento de Equipes e Estruturas de Manutenção .

O que leva ou impõe às mudanças no tamanho de uma equipe de Manutenção?
Coisas simples e diárias como: mudanças na concorrência, automação nos processos, novas máquinas, legislação e fiscalização, horários de utilização dos ativos, etc. 

Como dimensionar a Equipe?

Costumo dizer que para obter as melhores respostas é preciso saber fazer as perguntas certas.

O dimensionamento de uma equipe, seja na Manutenção ou qualquer outra área de atuação humana, via de encontro às necessidades e condições de realização do trabalho a que se propõe.

Sem tergiversar muito, o óbvio deve fazer parte do rol de questões a serem colocadas e devidamente esclarecidas para se dimensionar o time da Manutenção:

  • Metas e Objetivos da Empresa e da própria Manutenção;
  • Tipo de processo e de instalações;
  • Horário de funcionamento e ou regime de trabalho;
  • Cultura da Organização;
  • Cobertura de técnicas a serem aplicadas;
  • Política de Terceirização.

Dimensionamento de equipes na gestão de ativos pelo Brasil

No Brasil, conforme as mesmas pesquisas assinaladas acima, a Manutenção corresponde a 6% do efetivo das empresas (pessoal próprio), mas média é média, como sabemos.
Alguns dados que mostram como esse índice varia bastante conforme o segmento:

  • Aeroportos – 28%;  
  • Celulose – 22%; 
  • Concessionárias de Rodovias – 22%; 
  • Cosméticos – 18%;
  • Frigoríficos – 2%; 
  • Frotas de caminhões – 15%; 
  • Hospitais – 22%;  
  • Shopping Centers – 16%; 
  • Redes de Varejo – 3%.

As políticas de Manutenção são a cereja do bolo na hora de dimensionar a equipe.
Mais preventiva ou corretiva? Rapidez na hora de consertar ou mais investimento em evitar paradas?
Quem nasceu primeiro O ovo ou a galinha? No dimensionamento de equipes a resposta está em saber qual a omelete que o freguês deseja ter no seu prato.

Voltaremos ao assunto por serem vastas as possibilidades neste assunto. Algumas dicas podem ajudar a montar o quebra-cabeças sem quebrar a dita cuja.

Abraços