A comunidade IFM — Intelligence for Maintenance reuniu profissionais do mundo do facility management e manutenção que partilham a sua paixão pelo setor. Com o objetivo de compreender melhor as experiências destes membros na comunidade e o seu interesse no nosso Estudo de Salário e Benefícios em FM & Manutenção, realizámos uma série de conversas que hoje partilhamos.
Nesta entrevista, falámos com Hugo Rodrigues, super membro destacado da IFM e especialista em gestão de manutenção há quase 20 anos, para conhecer a sua perspetiva e experiência.
Conta-nos um pouco sobre a tua trajetória profissional e o que te levou a fazer parte da comunidade IFM.
Embora esteja há 19 anos na mesma organização, apenas nos últimos dois me identifiquei com uma categoria profissional, quer pelo percurso formativo que fui trilhando dentro da organização, quer pelo gosto e vontade de evoluir que me é intrínseca. Essa motivação foi possibilitando o meu crescimento e a minha envolvência com a área de facility management e foi esse caminho que me trouxe à comunidade IFM, e é de louvar que existam estas iniciativas que nos permitem dar o nosso cunho.
O que te motiva a ser parte ativa da comunidade IFM? Qual consideras ser o maior benefício de ser membro da IFM?
A principal motivação está no estímulo necessário para que possamos pensar “fora da caixa”. Trata-se de uma área bastante exigente, nomeadamente a nível de gestão de tempo e de pessoas e, por esse motivo, é natural que se viva numa bolha com o foco na atividade diária de cada organização.
Ser parte ativa da comunidade é sair dessa bolha, conhecer outras realidades, ver outras perspetivas de organização, trocar experiências e oferecer/receber insights sobre como superar obstáculos comuns, e nesse aspeto o enriquecimento profissional é enorme e gratificante.
O estudo sobre salários e benefícios no setor de FM e manutenção é uma iniciativa relevante. O que te impulsionou a participar e contribuir para a elaboração deste relatório?
Pelo que posso observar — e apesar dos avanços da atividade nos últimos anos — ainda existe pouco espaço para os facility managers nas organizações e, mais que isso, falta de valorização face ao seu real papel. Desta forma, é necessário reunir vários insights que permitam dar, quer aos profissionais, quer às organizações, uma visão mais abrangente do setor e a sua devida valorização. Cabe a cada um de nós, facility managers, dar esse contributo.
Ao longo da tua carreira, enfrentaste algum desafio particular relacionado com compensação e benchmark salarial? Se sim, como o superaste?
O gosto pela atividade leva-me na busca de formas de valorizar a mesma, formas essas que passam por mostrar que um profissional que tenha uma visão macro de todas as áreas de atuação da organização é, sem dúvida, uma mais-valia nas suas operações, na otimização dos seus custos e recursos e, consequentemente, no alcance de resultados positivos.
Não se trata apenas e só de ter uma visão global sobre a compensação no setor, trata-se, sim, de perceber o grau de conhecimento do setor, o que podemos fazer e melhorar no futuro… Podemos mesmo dizer que se trata de um “benchmarking pessoal” que permite ao profissional posicionar-se em diversos aspetos. É importante construir uma relação win-win entre a organização e o profissional de FM.
Durante o último Facilities Show, em Londres, a contratação foi mencionada como um dos principais desafios atuais das operações. Como acreditas que este relatório sobre salários e benefícios pode ajudar a abordar o problema?
Penso que vem oferecer dados objetivos e precisos que podem ser usados por empregadores e candidatos para tomar decisões durante os processos de contratação e negociação salarial. Isso pode levar a contratações bem-sucedidas, maior atratividade da empresa para talentos qualificados e uma gestão mais eficaz da remuneração dos funcionários.
Na tua opinião, como acreditas que este estudo pode beneficiar outros profissionais do setor de FM e manutenção? Que impacto acreditas que terá na comunidade IFM?
Na verdade, penso que será a resposta a um conjunto de perguntas que muitos profissionais fazem a si mesmos e que têm dificuldade em ver respondidas pela falta de informação ou estudos desta natureza, e em específico neste setor. Em resumo, é importante que aconteçam estas iniciativas, é importante que as pessoas partilhem, que se ajudem, que tragam para cima da mesa novos assuntos, que discutam e encontrem ideias que dinamizem o FM como um todo.
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Agradecemos aos nossos super membros IFM por partilharem as suas valiosas perspetivas e experiências sobre o estudo de compensação e benchmark salarial no setor do FM e manutenção. Juntos, fortalecemos a indústria rumo a um futuro mais sólido para os profissionais de facilities e manutenção.