Olá Luís! És Administrador na LGC Consulting, o parceiro Angolano da Infraspeak. Conta-nos um pouco da tua adaptação ao trabalho e vida em Angola.

 

A mudança para Angola aconteceu já há 7 anos atrás. Sou Angolano de naturalidade e nasci em Luanda, a menos de 500 metros do sítio onde resido neste momento. Por isso, já tenho essa ligação desde nascença. 

 

Tinha uma empresa de energias renováveis em Portugal e quando a crise se instalou, o sector ficou em declínio. Naquela altura as coisas começaram a correr um pouco pior e por isso, achei que seria uma boa oportunidade vir para Angola. Na altura, vim para uma empresa de frio industrial mas depois passei para gestão de edifícios e construção. Há um ano atrás achei que estava na hora de voltar para uma aventura empresarial e comecei este projecto da LGC Consulting.

 

Os primeiros tempos são sempre os mais complicados, até porque entre Portugal e Angola o choque cultural é grande. Com o tempo, acabamos por nos habituar e acabamos por relevar certas questões por um bem maior, como a organização da vida e da família. 

 

E em que ponto é que surge esta parceria com a Infraspeak?

 

A parceria com a Infraspeak surge exatamente no momento em que eu penso em criar uma consultora de engenharia. Com a network que tinha criado já em Angola, queria trabalhar na área de gestão de manutenção e de projecto e apoio às empresas, mais até do que propriamente em construção e manutenção. Havia uma empresa em Angola que já conhecia e que trabalhava com a Infraspeak e tive curiosidade. Falei com a Ana Ventura, na altura a Country Manager da Infraspeak para Portugal e os PALOP, e verifiquei que havia possibilidade em ser um parceiro local. Iniciamos as negociações por aí.

 

Consideras que a Infraspeak dá conta das necessidades do mercado Angolano?

 

A resposta das empresas tem sido boa. Toda a gente vê o software e a forma como a plataforma responde aos problemas do dia a dia, na gestão de manutenção, de forma positiva. As principais dificuldades que temos sentido, embora já o tenhamos resolvido, é que temos sempre que fazer as propostas em euros e a desvalorização contínua que o Kwanza tem sofrido, principalmente nos últimos dois anos, faz com que o poder de compra das empresas esteja cada vez mais reduzido. 

 

Começamos com a Infraspeak em Agosto de 2019. Até Fevereiro tivemos um bom arranque em que conseguimos alguns clientes e um pipeline grande de empresas que queria entrar mas, a partir do momento em que entrou a questão da pandemia, ficou tudo parado e afectou bastante um sector que já estava fragilizado por outras crises.

 

Dito isso, notamos no mês de Setembro uma vontade, por parte dos decisores, em voltar a tomar as rédeas e agora durante este último mês já tivemos desenvolvimentos, incluindo uma confirmação e mais duas em que ainda estamos a trabalhar para os últimos meses e para 2021.

 

E destaca-se de alguma maneira?

 

Onde a Infraspeak se destaca e tem uma maior valia, na minha opinião, é mesmo na aplicação mobile. A utilização é muito simples e normalmente, neste tipo de software, há muita aversão à mudança. 

 

Embora os gestores saibam que a instalação de novo software é por vezes necessária, para os técnicos isso é muitas vezes somente mais um trabalho que terão que fazer. Francamente, o feedback que existe dos técnicos sobre a Infraspeak é muito bom. Aprendem a trabalhar com com a aplicação muito rapidamente o que faz com que tudo seja mais simples na implementação.

 

Para além disso, a Infraspeak é extremamente user friendly, mesmo para os gestores. 

 

Como foi para ti a pandemia em Angola? Como é que te adaptaste, tanto profissionalmente como pessoalmente?

 

Bem, eu tinha uma viagem marcada para passar a Páscoa em Portugal mas as fronteiras fecharam e logo por aí, não consegui ir a Portugal. Deslocar-me a Portugal até seria possível, mas não saberia quando poderia voltar.

 

Ainda agora existe a dificuldade de regresso para uma série de expatriados. Acabaria por talvez estar 6 meses sem poder ir a Angola, com o prejuízo que isso poderia dar. Não tanto pelo trabalho, porque a equipa aqui em Angola está organizada naquilo que é preciso ser presencial e consegue deixar tudo a funcionar. Para além disso, eu poderia, a partir de Portugal, fazer tudo praticamente como se estivesse por cá. No entanto, certas reuniões presenciais deixariam de acontecer e isso acabaria por ser um pouco penalizador.

 

O nosso confinamento por cá durante os meses de Março e Abril foi um pouco violento. Só se podia sair para ir ao supermercado, à farmácia ou ao médico. Estivemos sem poder ter funcionários no local durante algum tempo, também. Mesmo a deslocação de pessoas que tinham credenciais para fazer trabalho prioritário de manutenção ou de limpeza e desinfeção era complicada.Não havia táxis e os transportes públicos também ficaram complicados o que fazia com que tivessem que sair de casa muito cedo para chegar a horas.

 

Quanto ao trabalho remoto, para mim não houve mudança nenhuma. Trabalhar em home-office ou no escritório não me faz muita diferença. Acho que quando o pessoal está todo no escritório até se torna mais complicado (risos). Estou a falar com alguém e a ouvir outra pessoa nas minhas costas!

 

Em relação ao futuro e à evolução do mercado, quais as tuas expectativas?

 

As minhas expectativas para Angola em relação à LGC Consulting e à Infraspeak são focadas no sector estatal. É nesse sentido que temos estado a trabalhar com algum foco. As coisas, da parte do estado, não acontecem tão rapidamente como no privado, mas francamente é também onde ganham um volume mais interessante.

 

Penso que temos feito bom trabalho junto das principais entidades públicas e sabemos que existem alguns organismos de estado que estão a organizar cadernos de concurso. Muitas vezes, esses órgãos verificaram as necessidades que tinham em facility management através da nossa iniciativa e das nossas apresentações, e isso acaba por ser aquilo que eu considero ser o futuro desta operação em Angola.

 

A partir do momento em que temos um pé dentro do sector do estado e começar a haver um Ministério ou empresa pública a usar Infraspeak, os principais prestadores de serviço terão a necessidade de passar a usar também a plataforma sendo que as coisas acabam por acontecer de forma natural.

 

Finalmente, como é que ocupas os tempos livres?

 

Normalmente, faço desporto. 

 

Fazia uma actividade na Ilha de Luanda que agora até está proibida, que é kitesurf! Neste momento e até acabar a pandemia e o estado de calamidade, não se pode voltar às praias em Luanda. 

 

Entretanto, até isto acabar, restaurei a minha guitarra para voltar aos meus tempos de juventude e virar-me um pouco para a música.

 

Tinha uma banda de grunge quando era mais novo… os SLAMO mas quando entrei para a universidade deixei de ter a capacidade de acompanhar e eles continuaram sem mim. Muitos deles ainda estão ligados à música. Eu é que segui engenharia e saí um pouco dessa área. 

 

Boa sorte com a tua nova carreira na música (risos)! Ficou algo por contar?

 

Não muito. A nível de visão e de objectivo, gostava que a Infraspeak se tornasse o principal software de gestão de manutenção aplicado em Angola. Dada a qualidade que o software tem, não me parece um objectivo de todo descabido e parece-me que é apenas uma questão de continuar com o bom trabalho comercial e de customer success que temos tido com os nossos clientes.

 

Quanto à LGC Consulting, o objectivo é que a empresa se consolide com credibilidade porque para uma consultora, o objectivo é sermos sempre credíveis e sólidos no mercado e que os players que existem saibam que podem contar connosco, com isenção e qualidade no trabalho que fazemos. 

 

Luís Carrujo é Administrador na LGC Consulting e o convidado do nosso primeiro Inside Infraspeak: Partners. Obrigado, Luís!