Olá Carlos! Entraste para a equipa de People & Culture da Infraspeak há quase um ano. Conta-nos um pouco do que foi o teu percurso até agora.

 

Aceitei este desafio porque era precisamente o que procurava! A minha posição anterior era muito focada na parte de recrutamento e vi na Infraspeak o desafio de sair da minha área de conforto e explorar áreas que ainda não tinha experimentado. A Infraspeak, sendo uma startup com um departamento de RH relativamente pequeno, era o tipo de desafio que procurava, uma acção mais diversificada em termos de GRH.

 

As pessoas que conheci durante o processo levaram-me a crer que estava perante uma equipa bastante unida com uma cultura muito bem definida e isso é algo muito importante para mim – a cultura e “o que podes ser” dentro da empresa. Nesse sentido percebi que teria margem para experimentar coisas novas, errar e aprender com isso e acima de tudo, trabalhar com um grande espírito de equipa. 

 

Agora já com quase um ano passado, a experiência tem superado imenso a expectativa e cada vez me sinto mais motivado, quer pela excelente equipa que temos, quer pela cultura da empresa que cada vez tem mais sentido e impacto na vida profissional e pessoal das pessoas. E bastantes desafios. Muitos, mesmo! Que me têm feito crescer imenso como profissional, mantendo um equilíbrio com a vida pessoal dentro do possível.

 

Tu és de Penacova e a tua família também não é do Porto. Como foi a adaptação à nova cidade? Alguma parte favorita que gostasses de partilhar?

 

Só estou no Porto há 3 anos, mas já me sinto um nortenho de gema! A adaptação não foi muito difícil porque não foi a primeira que tive que fazer. Aos 17 anos fui estudar e viver para Leiria e aos 21 trabalhar e viver na Benedita. Regressei a Penacova e fui depois viver e trabalhar para Angola, com 25 anos. Ainda estive também mais um ano a viver na Suiça e só depois Porto. 

 

Outra razão é que sempre tive o sonho de viver no Porto e era cá que me via a assentar. Depois de me casar com uma mulher no Norte que também adora e até nasceu no Porto, foi natural a mudança e a adaptação à cidade

 

A última e talvez mais importante razão, é que o Porto em si é uma cidade extremamente acolhedora! As pessoas são bastante sociáveis e fica fácil conviver, fazer amigos e conhecer a cidade.

 

Desde que chegaste à Infraspeak, envolveste-te projectos como a Comunidade Porto.Vue. Fala-nos um pouco disso – o que é, o que foi feito até agora, e a importância que tem para ti e para a comunidade tecnológica no Porto.

 

Foi um projecto que já estava na mente de algumas pessoas e que com energia e dedicação, tinha tudo para dar certo. A ideia era criar uma comunidade de Vue – uma tecnologia já com bastantes profissionais e adeptos no Porto, que ainda não tinham uma comunidade dedicada – que juntasse profissionais interessados em partilhar a sua experiência e aqueles que quisessem aprender mais sobre Vue.

 

Tem sido uma excelente forma de valorizar as pessoas envolvidas, tanto na vertente de comunicação para as que têm participado na condição de oradores, como pelas aprendizagens proporcionadas aos que assistem. É também uma excelente forma de aproximar empresas de diferentes sectores e os seus profissionais, tornando o mundo do Vue no Porto cada vez “mais pequeno”.  

 

Até agora tem corrido muito bem. Já realizamos 3 eventos com casa cheia em diferentes empresas no Porto como a Fabamaq, Infraspeak e a  Dash Dash, e um em formato remoto, que também correu lindamente. O feedback que temos tido é muito bom, quer das pessoas que têm participado, quer das próprias empresas que têm sido anfitriãs dos eventos e é sem dúvida algo que vamos continuar a promover. Já está prevista a criação de mais comunidades com o objectivo de partilha de conhecimento noutras áreas. Vamos reactivar brevemente a Laravel.Portugal com um evento também remoto, e temos mais uma ainda em definição, relacionado com vendas e performance.

 

E se pudesses escolher, quais as principais aprendizagens que gerir um projecto de comunidade te trouxe? Tens algo especial que gostasses de fazer no futuro?

 

Quando foi definido arrancarmos com a criação da Porto.Vue, o sentimento que tive foi que seria algo que me iria absorver bastante tempo e dedicação. Talvez a principal aprendizagem que tenha retirado é que para criar este tipo de projectos e comunidades, é importante envolver os próprios membros da comunidade para a sua continuidade e acima de tudo ter em mente um objectivo altruísta numa perspectiva individual. O foco deve ser criar algo que traga um valor à comunidade, de forma orgânica, delegando e confiando aos próprios intervenientes espaço e liberdade para a definição do plano/projecto. Desta forma não só se aumenta a qualidade da entrega final, como se evitam sobrecargas de trabalho em indivíduos específicos.

 

No futuro gostava imenso de continuar envolvido neste e outros projectos orientados para a partilha de conhecimento ou experiências profissionais. Acho incrível o que o ser humano consegue alcançar sozinho, mas fico fascinado com o fazemos em conjunto! 

 

Gostava também de dedicar mais tempo a partilhar a minha própria experiência na área do recrutamento com pessoas que estejam à procura de emprego ou a redefinir a sua carreira. Sinto que muitas pessoas sentem necessidade de apoio quer a nível de construção de CVs ou mesmo trabalhar a comunicação em contexto de entrevista de emprego. Já tenho dado alguns workshops em algumas universidades aqui do Porto, a jovens que se começam a preocupar com estes temas, mas sem dúvida que gostaria de ajudar mais pessoas a encontrar a sua área profissional ou emprego de sonho e a conseguir alcançá-lo.

 

Finalmente, o COVID-19 forçou muitos colaboradores a estarem continuamente em trabalho remoto. Como tens lidado com isso, especialmente considerando a tua função a nível de recursos humanos?

 

Tenho sofrido imenso! Acho que para funções ou pessoas mais sociáveis este período de confinamento foi bastante duro. Somos seres sociais e, no meu caso, não só tinha uma função de muito relacionamento e contacto com outras pessoas, como também sou bastante social.

 

A tecnologia sem dúvida ajuda. O trabalho continua e muitas das tarefas normais da minha função acabam por ser possíveis, embora em moldes ligeiramente diferentes, como reuniões, entrevistas ou trabalho em equipa. Tudo com as suas vantagens e desvantagens. No entanto, sinto bastante falta das conversas de café, da viagem para o trabalho ou de tomar uma cerveja ao final do dia.

 

Temos usado algumas soluções tecnológicas que de alguma forma têm minimizado isso, mas mal posso esperar para que volte a “normalidade” e possa ter o contacto social de que tanto preciso.

 

Carlos Rodolfo Santos é Talent Acquisition Specialist e o primeiro convidado do Inside Infraspeak. Obrigado Carlos!