A sustentabilidade tem vindo a ganhar inegável relevância nos últimos anos, à qual o facility management (FM) não é, naturalmente, alheio. Num contexto de redução do impacto ambiental das organizações, as Plataformas Inteligentes de Gestão de Manutenção (IMMP) emergem como soluções-chave para impulsionar a sustentabilidade na gestão de edifícios, permitindo não só a colaboração em tempo real, mas também a automação de processos críticos.
Mais ainda, a integração de soluções tecnológicas na gestão de instalações oferece uma vantagem competitiva, ao tornar as entidades que as adotam melhor posicionadas para cumprir com normativas cada vez mais rigorosas.
Isto é especialmente importante se pensarmos no setor público, onde a responsabilidade, ambiental e social, e a transparência são alvo de escrutínio reforçado. Podemos, a título de exemplo, referir a cidade de Nova Iorque, que alcançou uma redução de 22% nas emissões de gases de efeito estufa em cinco anos graças à implementação de sistemas de gestão de energia.
A digitalização é, indubitavelmente, um dos pilares da sustentabilidade no FM. A adoção de plataformas digitais permite uma transição para operações sem papel, minimizando os resíduos e melhorando a rastreabilidade das operações.
Por outro lado, as IMMP também melhoram a colaboração e a comunicação entre as diferentes equipas e prestadores de serviços, otimizando a coordenação na gestão de instalações, o que resulta em tempos de resposta mais rápidos e uma redução dos custos operacionais.
O exemplo da Câmara Municipal de Matosinhos
A Câmara Municipal de Matosinhos, responsável pela gestão de mais de 700 edifícios e 12.300 equipamentos, enfrentava desafios críticos para modernizar os seus processos de manutenção. Como muitas instituições públicas, a necessidade de maior transparência e eficiência na gestão de ativos tornou-se uma prioridade.
A implementação da Infraspeak, em 2020, surgiu como resposta a essa necessidade, e veio resolver, com sucesso:
- Processos manuais e ineficientes: A gestão de manutenção era baseada em papel e ficheiros Excel, geridos manualmente por uma equipa administrativa de seis pessoas. Esta metodologia não permitia uma visão clara do número de solicitações diárias, o que dificultava o planeamento.
- Falta de transparência: A falta de visibilidade causava atrasos e ineficiências. No final de cada ano, eram contabilizados apenas 800 pedidos de manutenção, um número que não refletia a realidade da operação.
A implementação da Infraspeak permitiu, por um lado, a centralização de dados, com todos os ativos municipais registados na plataforma, eliminando a necessidade de documentos em papel; e , por outro, a automatização e monitorização em tempo real — ao centralizar dados de várias fontes, um maior controlo sobre as ordens de trabalho e uma gestão mais transparente tornaram-se, finalmente, possíveis.
A instalação de sensores de água, conectados à Infraspeak, permitiu reduzir os consumos excessivos, ao mesmo tempo que a manutenção preventiva ajudou a reduzir problemas recorrentes, como infiltrações, diminuindo para metade os incidentes relacionados.
O número de ordens de trabalho concluídas duplicou, e a utilização da Infraspeak Network™ não só permitiu aprimorar a comunicação com fornecedores, como facilitou a gestão de contratos.
Sustentabilidade e colaboração para operações resilientes
O caso da Câmara Municipal de Matosinhos é a prova de que, com as ferramentas certas, as organizações podem transformar a gestão dos seus edifícios e ativos rumo a uma maior eficiência. No entanto, embora a digitalização traga, como vemos, inúmeras vantagens, os desafios persistem: o investimento inicial, as lacunas de competências, e a integração com sistemas pré-existentes são algumas das barreiras a superar.
A transformação tecnológica está a acontecer agora, e plataformas como a Infraspeak mostram que é possível adotar uma abordagem integrada, consciente e colaborativa ao facility management. Muito mais do que uma questão de redução de custos, é necessário garantir que as entidades, públicas e privadas, são capazes de acompanhar as exigências da sustentabilidade no futuro.