Quais os principias desafios da manutenção hoteleira e quais as oportunidades trazidas pelo contexto atual?
Na Infraspeak, queremos promover a partilha de experiências de profissionais das áreas de manutenção e facility management e, por isso, falamos com André Noro, Diretor de Manutenção no grupo Torel Boutiques, sobre os desafios da manutenção hoteleira e o seu percurso nesta área.
Antes de mais, como é que o André veio parar à área da manutenção hoteleira?
Vim parar à manutenção hoteleira em Novembro de 2005, como Técnico de Manutençao Hoteleira, numa das principais cadeias de hotéis de Portugal, a Hoti Hoteis. Na altura, já era motivado por qualquer tipo de manutenção, mas o destino e o acaso fizeram com que iniciasse uma carreira na manutenção hoteleira em específico.
O que é que o apaixona na área?
A paixão pela conservação e a ação de preservar as unidades, além do sentido de paixão pelo bem servir o cliente.
Outra grande paixão que sempre cresceu e continua, diariamente, a crescer dentro de mim é pela abertura de uma unidade hoteleira. O sentimento e único — todo o processo realizar e participar na assessoria para a abertura e arranque de uma unidade hoteleira… Em 15 anos de Manutenção Hoteleira, já realizei a abertura de 10 unidades. É extremamente vibrante.
Quais os seus principais desafios operacionais atualmente?
O principal desafio operacional no grupo hoteleiro onde me encontro atualmente (que está em fase de crescimento) é criar toda uma estrutura/cronograma e procedimentos de manutenção de todos os tipos, para 4 unidades hoteleiras completamente diferentes.
Há alguma característica especifica de um ou de mais edifícios do grupo Torel Boutiques que torne a sua manutenção especialmente interessante ou desafiante?
Acho que uma das principais características do Grupo Torel Boutiques é que todos os edifícios e quartos são diferentes, e não só pela decoração. Não existe standard no Torel Boutiques. É de destacar o facto de podermos inserir em fase de obra tudo o que é básico e necessário à abertura de uma unidade hoteleira numa reabilitação de edifícios históricos.
As aberturas destas unidades são únicas. Realizar o processo de acessoria, entre decoração e construção, é extremamente desafiante, mas o resultado final e simplesmente gratificante.
Falados os desafios, passemos às oportunidades. Na sua opinião, que oportunidades é que o contexto atual traz para os profissionais da manutenção?
Como sabemos, o turismo cresceu muito nos últimos anos e, com ele, cresceu também a hotelaria. Por isso, acho que cada vez mais existe um modelo novo de manutenção, o qual chamamos manutenção hoteleira, que cria muitas mais oportunidades no setor e mais profissionais em áreas relacionadas com o mesmo. É verdade que a pandemia veio desacelerar esse crescimento, mas penso que seja apenas um stand-by, e que o setor vai continuar a crescer.
Por fim, e para terminar numa nota mais informal, qual a situação mais engraçada, estranha ou inusitada que experienciou no âmbito das suas funções?
Bem… como sabem, uma situação situação engraçada (e um pouco inconveniente) pela qual acho que muitos dos profissionais de hotelaria já passaram, é termos de entrar num quarto de um alojamento para resolver uma avaria ou algo que um cliente reporta, batermos à porta sem obter resposta, pensarmos que não existe ninguém e apanharmos um cliente num imagem mais descomposta. Quem já não passou por isto?
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André Noro é o atual Diretor de Manutenção do Grupo Torel Boutiques, tendo passado pelos hotéis Star Inn Porto e Hotel da Música enquanto Chefe de Manutenção, além dos hotéis Tryp Porto Expo e Tryp Porto Centro enquanto Técnico de Manutenção.