Olá Ana! Antes de te juntares à Infraspeak como Country Manager, fundaste várias startups em vários sectores. Fala-nos um pouco do teu percurso até agora.

 

Olá. Tenho um percurso muito diversificado e apaixono-me facilmente por aquilo que faço! 

 

Estive em várias startups que de uma forma ou de outra, ocuparam momentos diferentes. Trabalhei em várias áreas, como a saúde, numa solução de prescrição electrónica que teve algum sucesso. Depois envolvi-me num outro projecto que permitia a quem tivesse um catálogo em papel, reproduzi-la numa app e finalmente, numa solução hoteleira para gestores de recursos humanos focada em employee retention e que permitia, entre outras coisas, um maior reconhecimento do trabalho do staff, que coincidentemente, é também um dos objectivos da Infraspeak.

 

Fazer coisas novas é algo que sempre me aliciou e essa foi uma das principais razões porque fui consultora durante 15 anos. A consultoria dá-te a possibilidade de fazeres projectos muito diferentes e conheceres a realidade de organizações distintas: cada projecto é um desafio.  Ao longo da carreira podes decidir especializar-te numa competência, numa ferramenta ou até numa indústria específica mas, apesar de ter algumas preferências, sempre me foi muito difícil especializar porque gosto demais de novos desafios.

 

O empreendedorismo surgiu naturalmente no seguimento disso. Quando apareceu como oportunidade o que pensei foi “nunca fiz isto, posso fazer agora… quero fazer!”

 

E agora, gestão de infraestruturas e de manutenção. Como foi a adaptação? A possibilidade em trabalhar em sectores diferentes constantemente é algo que te alicia?

 

Como disse anteriormente, eu adapto-me com facilidade a novas realidades e por isso não gosto muito da ideia de não me sentir à vontade a fazer algo.

 

Quando surgiu a possibilidade de trabalhar para a Infraspeak, o mindset foi o mesmo que referi anteriormente: “é uma coisa nova e agora tenho a possibilidade de o fazer por isso, quero fazer”.  

 

Aquilo que eu fazia nas minhas startups, depois de desenhar, testar produto e lançar no mercado, mesmo quando só havia um MVP (minimum viable product), era encontrar clientes. Ganhei conhecimento nessa área, começando pela minha experiência com consultoria, mas foi com as minhas startups que tive uma aprendizagem brutal sobre vendas, disso não tenho qualquer dúvida. Hoje em dia aplico isso ao que faço e claro, fui aperfeiçoando na Infraspeak.

 

A Infraspeak oferecia também alguns desafios aliciantes a título pessoal. Dava-me (e dá!) a possibilidade de participar no crescimento de uma startup, ou seja, deixar de ser uma startup para ser uma grownup. Isso era algo que ainda não tinha feito e algo que me permitiria pôr muitos dos skills que tinha ganho em prática.

 

Recentemente tornaste-te também apresentadora para um dos projectos multimédia com mais alcance da Infraspeak – os webinars Stay In(fraspeak). Como tem sido a experiência e o que mais te surpreendeu até agora?

 

Confesso que não gosto muito de falar em público e sempre que tenho de subir a um palco ou fazer uma apresentação fico super ansiosa mas o mais engraçado disto é que quando estou a fazer uma apresentação ou um pitch… tenho sempre imensa satisfação no momento em si.

 

Nos webinars também fico nervosa e ansiosa mas o formato deixa-me de alguma forma relaxada. Primeiro porque posso estar a tomar notas durante a transmissão e isso é importante para organizar as ideias sobre a minha próxima intervenção. Depois porque todo o webinar não é mais do que uma conversa que permite a outras pessoas assistir. O “truque” é gerar empatia com os convidados e deixar rolar a conversa…

 

Entre outras coisas, o COVID-19 trouxe alterações drásticas a vários sectores em Portugal (manutenção e hotelaria incluídos). Na tua visão do mercado, qual achas que foi o principal impacto? Alguma oportunidade de futuro em algum dos sectores?

 

Referi isto num dos webinarsacho que o COVID-19 foi tão marcante, que vai haver uma era pré-covid e outra pós-covid.

 

Temos a tendência a olhar negativamente para o que nos acontece mas aqueles que conseguem ver oportunidade quando os outros estão preocupados com o que está a acontecer, são os que têm maior sucesso. Como se diz, quem se preocupa não se ocupa… 

 

Por exemplo, na era pré-covid, em hotelaria, as equipas de manutenção e higiene eram equipas que tinham que ser invisíveis para o hóspede. Neste momento o paradigma é completamente diferente e o grande desafio na hotelaria é como dar visibilidade ao trabalho que estas equipas fazem.

 

Há muitas oportunidades no mercado e as pessoas e organizações que melhor e mais rapidamente se adaptarem são as que vão ter sucesso.

 

 

E finalmente (nem que seja pela tua cover picture do LinkedIn!), és adepta da natureza e de um estilo de vida outdoors. Fala-nos mais disso e explica-nos como foi este período de quarentena…

 

Tenho de confessar que no primeiro momento preocupei-me… Pelo menos até perceber que ninguém, (nem uma pandemia!) me consegue tirar a natureza que há em mim. É verdade que não posso viajar, mas deu-me a oportunidade de explorar a  natureza que existe perto de casa como o Parque Florestal de Monsanto, Fiz caminhadas todos os dias e descobri imensos sítios, ruas, jardins… Sítios que em 8 anos nunca tinha tido oportunidade de explorar.

 

Além de gostar da natureza, gosto particularmente de montanha. Sempre que posso fujo para lá, porque tem uma paz e uma tranquilidade que não consegues encontrar noutro sítio, pelo menos para mim. E quando falo de montanha, falo de montanha a sério, acima de 3000 metros. Se possível, 4000, 5000, 6000… Nunca cheguei a 6, mas já estive a 5750! É um confronto dentro de ti próprio. Algo introspectivo. 

 

Quero voltar a viajar, até porque é uma das minhas paixões mas a natureza está em mim e não no sítio para onde vou.

 

Ana Ventura é Country Manager para Portugal na Infraspeak e a convidada desta semana do Inside Infraspeak. Obrigado Ana!