Qual vai ser o impacto da COVID-19 na hotelaria e no turismo? Essa é a pergunta do milhão. Ou melhor, a pergunta dos 23 mil milhões: o correspondente a 11% do PIB nacional. Nas últimas semanas temos lido várias previsões assustadoras, mas o verdadeiro impacto da COVID-19 no setor ainda é imprevisível – tal como o comportamento do vírus em si.
O que dizem os números sobre o impacto da COVID-19 na hotelaria em Portugal?
O Inquérito Rápido excecional às Empresas – COVID-19 do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal (BdP), divulgado semanalmente pelo INE, é a melhor forma de medir o pulso ao impacto da COVID-19 em Portugal. E o relatório de 14 de abril pinta um cenário apocalíptico para o alojamento e a restauração – sem dúvida, o setor mais fustigado pela crise.
- Apenas 38% das empresas de alojamento e restauração se mantêm em funcionamento, 55% estão encerradas temporariamente e 7% encerraram definitivamente.
- Cerca de 98% registou quebras na faturação; 70% das empresas reportam quedas superiores a 75%. Segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em muitos hotéis a queda de faturação chega aos 100%.
- 98% destas empresas sentiram “muito impacto” devido às restrições de movimento durante o Estado de Emergência e 92% sentiram “muito impacto” pela ausência de encomendas e clientes.
- Com menos impacto, pelo menos por agora, estão os problemas na cadeia de fornecimento (34%) e a falta imprevista de funcionários (24%). Porém, é possível que os problemas na cadeia de distribuição se venham a acentuar com o avançar da epidemia, como Gonçalo Rebelo de Almeida (administrador da Vila Galé Hotéis), alertou neste webinar promovido pela Infraspeak.
- Quanto à capacidade para manter a saúde financeira sem medidas de apoio à liquidez, 23% responde “menos de um mês”, 39% “um ou dois meses”, 28% “entre três a seis meses” e apenas 10% afirma ter saúde financeira para aguentar um período “superior a seis meses”.
As medidas do governo serão suficientes para mitigar o impacto da COVID-19 na hotelaria?
Comecemos pelas boas notícias: o governo Português já anunciou várias medidas de apoio às empresas. Há várias linhas de crédito para o turismo e hotelaria, diferimento de impostos e contribuições, sem esquecer o famoso “lay off simplificado”. O Turismo do Porto e Norte até já criou um novo site, Norte Mais Forte, para ajudar as empresas da região que pretendem apresentar uma candidatura. A AHP aposta na formação digital. Os Governos Regionais da Madeira e dos Açores também lançaram as suas próprias medidas de apoio.
Em março, a AHP estimava que aproximadamente 90% da hotelaria iria recorrer ao lay off. O inquérito excecional do INE de 14 de abril confirma essa projeção e ainda soma 5% de ausentes por motivo de doença ou de apoio à família. Mais de 50% pretendiam beneficiar de medidas de suspensão de obrigações fiscais e contributivas.
Segundo estes dados, tudo indica que sim, as medidas do governo têm ajudado a garantir a manutenção do emprego. A suspensão das obrigações contributivas gera um fundo de maneio a curto prazo – um suporte vital para os 62% de empresas de alojamento e restauração que não conseguiriam manter a liquidez durante dois meses.
Agora, a parte mais negativa. Sabemos que vai ser impossível retomar a “vida normal” em segurança até existir uma medicação e/ou uma vacina. Por isso, é impossível prever durante quanto tempo é que a sombra da COVID-19 vai pairar sobre o turismo e a hotelaria. E mesmo depois de debelar o vírus, ainda precisamos de reconquistar a confiança dos hóspedes. Embora seja uma situação diferente, convém recordar que a indústria Americana de aviação só voltou a recuperar do 11 de setembro em julho de 2004.
Se as medidas que já foram anunciadas são suficientes para superar o impacto do COVID-19 no turismo e na hotelaria? Ninguém pode responder, porque também não sabemos exatamente qual será esse impacto. Apenas podemos fazer previsões.
Quais são as melhores e as piores previsões para 2020 e 2021?
Descarregue o artigo completo para saber quais as previsões do FMI, do Banco de Portugal e do INE, perceber quando poderão os hotéis reabrir e de que forma o podem fazer em segurança.
→ [Descarregar] O Impacto da COVID-19 na Hotelaria e no Turismo em Portugal
E porque a manutenção preventiva nos hotéis não pode parar, mesmo em tempo de inatividade, saiba quais as rotinas necessárias a manter, de acordo com recomendações reais de clientes Infraspeak.
Por fim, se procura mais conteúdo útil para potenciar a recuperação dos seus espaços no pós-COVID-19, aceda ao toolkit anti-Covid dos nossos parceiros da Avaibook.