Sustentabilidade no contexto empresarial – o primeiro podcast das IFM Talks, já disponível na Comunidade IFM 

“O que a ideia de sustentabilidade empresarial reforça é que o crescimento não pode acontecer à custa da exploração de pessoas e do ambiente”. Partindo desta premissa, estivemos à conversa com Fabiola Bordino, diretora da Start Campus, empresa responsável pelo projeto Sines 4.0 – um projeto de 495 megawatts de data centers, em Sines, 100% sustentável.


Neste artigo, desvendamos os tópicos abordados no podcast. Para ter acesso à conversa completa, junte-se à
Comunidade IFM no Slack.
Contamos consigo!

 

  • A visão real das empresas sobre a sustentabilidade

Fabiola Bordino: “Talvez haja no passado alguns exemplos do aproveitamento do Marketing. E talvez alguns desses tenham sido usados como PR stands para mitigar problemas que surgiram nas áreas do ESG (Environmental, Social, and Governance). No entanto, com a divulgação de informação e com uma maior percepção sobre os problemas sociais e ambientais, surgiram vozes que começaram a perceber o impacto das empresas no seu meio (…).
O Marketing por si não consegue sustentar uma estratégia de ESG. E foi por aí que começou a evolução natural daquilo é hoje o pilar da maior parte das empresas ESG. Os critérios ambientais, sociais e de governação – que compõem o ESG – contribuem para a criação de valor a longo prazo. Isto inclui as pessoas, o planeta e, obviamente, o lucro.”

 

  • A sustentabilidade como meio para otimizar recursos / reduzir custos

Fabiola Bordino: “O ESG ainda é um centro de custos e não de redução de custos.
As empresas adaptam-se para oferecer o que o cliente final quer. E o cliente final, ou a própria indústria – no nosso caso dos data centers – é muito específico: 
quer data centers sustentáveis, que consumam energia verde.
No resto das indústrias, atrevo-me a dizer, existe cada vez mais esta demanda do que é sustentável. E as pessoas consomem, ou preferem consumir o sustentável em vez do não sustentável. Mesmo que isso seja um bocadinho de nada mais caro.”

 

  • As características sustentáveis do projeto Sines 4.0

Fabiola Bordino: “Temos acesso à rede de alta tensão, que já existe, não é preciso construir. Temos acesso, em Sines, à utilização de energia 100% verde, que já existe. Ou seja, isto faz com que tenhamos indicadores de consumo de água muito baixos e com que possamos criar um industry standard, que se chama PUE (Power Usage Efectiveness), altamente eficiente.

 

  • A projeção de edifícios sustentáveis

Fabiola Bordino“Não sou nem arquitecta nem engenheira, mas nós quisemos um projeto 100% sustentável desde o primeiro momento. A sustentabilidade é a pedra sobre a qual o projeto foi desenvolvido.
Isto passa muito por tomar medidas no início do desenho do data center, no nosso caso. E depois na construção, para garantirmos que temos uma pegada de carbono reduzida.”

 

  • O foco nas pessoas: trabalhadores e comunidade.

Fabiola Bordino: “ (…) a sustentabilidade também inclui as pessoas.
Estamos a trabalhar desde o primeiro dia em colocar as comunidades locais no centro deste projeto. Vamos ter novidades em breve, mas basicamente estamos a trabalhar em colaboração com organizações e instituições locais para incluir a comunidade dentro do nosso projeto. É importante não esquecermos as pessoas.”

  • O conceito de “indústrias vizinhas”;

Fabiola Bordino: “(…) temos uma grande preocupação em encontrar sinergias entre o nosso projeto e aquilo que já existe na envolvente. Esta é uma das grandes vantagens de Sines – o facto de podermos beneficiar dos projetos que estão a acontecer à nossa volta.  O desperdício de uns, pode ser um ganho gigante de outros.
Vou dar o exemplo de uma coisa que nós estamos a considerar, que é o arrefecimento dos servidores. Por um lado, queremos reutilizar as infraestruturas vizinhas abandonadas pela central a carvão e, por outro, utilizar o “lixo” de uma empresa vizinha que utiliza a água do mar para aquecer o seu produto (…)”


Junte-se à
Comunidade IFM para ter acesso à conversa completa.