O novo podcast das IFM Talks, sobre Gestão de Pessoas, já está disponível na Comunidade IFM

Estivemos à conversa com Duarte Almas, Director de Facilities na World of Wine e com Luís Rodrigues, Diretor de Operações de Centros de Dados na Start Campus.

Neste artigo, partilhamos os assuntos em destaque.
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À medida que o tempo passa, vão sendo integradas tecnologias de apoio à gestão e à concretização de tarefas específicas. Como é que as pessoas se têm adaptado a deixar de fazer umas coisas para fazer outras?

Luís Rodrigues: “Posso dividir o perfil das pessoas em dois tipos. Por um lado, estão as hard skills (competências na área técnica) e por outro as soft skills (capacidade de progredir, potencial para crescer). É muito importante perceber a capacidade que a pessoa tem de absorver conhecimento e avaliar o seu potencial de crescimento. Essa elasticidade mental, hoje em dia é mais importante que nunca.

Por exemplo, no meu antigo emprego eu e um colega tínhamos uma conversa, uma vez por semana, sobre como tornar os nossos trabalhos obsoletos. A ideia era, depois, podermos focar em temas muito mais importantes e, assim, ajudar a empresa a crescer.

Duarte Almas: “Há uma grande procura de mão de obra. Quando vemos que faltam 70.000 pessoas só na área da construção, percebemos que não vão haver pessoas para todo o tipo de negócio que temos. Portanto, temos que trabalhar com as poucas pessoas que temos, ajudá-las a ser mais resilientes e, acima de tudo, a estar disponíveis para a mudança”

Como podemos ajudar no desenvolvimento profissional neste contexto?

Luís Rodrigues: “Por incrível que pareça, não é uma questão geracional, é uma questão de mentalidade e cultura. Em primeiro lugar, devemos criar essa cultura na sociedade, só depois conseguiremos desenvolver as pessoas. Eu ainda noto muito, cá em Portugal, que existe resistência à mudança e isso é algo que temos que combater. É muito importante que todos, enquanto pais e membros de família, bem como as nossas instituições, apoiemos essa mentalidade.

Duarte Almas: “Há uma grande procura de mão de obra. Por exemplo, quando vemos que faltam 70.000 pessoas só na área da construção, percebemos que não vão haver pessoas para todo o tipo de negócio que temos. Portanto, temos que trabalhar com as poucas pessoas que temos, ajudá-las a ser mais resilientes e, acima de tudo, a estar disponíveis para a mudança. Depois vêm todas estas ferramentas que nos ajudam a complementar esta falta de mão de obra e a otimizar os recursos.”

A falta de profissionais já se sente em diferentes setores.

Luís Rodrigues: “Não é só a questão de haver falta de pessoas, mas sim de pessoas certas. Eu prefiro ter uma vaga aberta em vez de contratar a pessoa errada. E é essa mentalidade que temos de ter nas empresas, a de escolher as pessoas certas. Por exemplo, eu lembro-me que quando estava a trabalhar na Google, houve um momento em que tivemos dificuldade em contratar.

Por isso, fui às universidades, fiz palestras e expliquei aos estudantes como construir uma carreira diferente. Apresentei-lhes, por exemplo, a possibilidade de irem para a Google e de começarem como técnicos. A ideia era que ganhassem outras competências, complementares às do curso de engenharia. Que aliassem o conhecimento teórico com o prático, tornando-se mais completos. Como resultado, conseguimos contratar 5 estudantes. Fizeram lá o estágio e, mais tarde, passaram o processo de recrutamento. Depois de estar lá, conhecem as nossas tecnologias, conhecem a equipa e nós e conseguimos ajudá-los. Isto torna o processo muito mais fácil (…).

Quais são as eventuais soluções?

Duarte Almas: “Grande parte das administrações em Portugal, infelizmente, acham que ficamos melhor servidos quando contratamos fora.
Hoje em dia, nós lançamos as vagas internas primeiro. Por exemplo, temos copeiros que se tornaram em grandes chefs de cozinha e a atual responsável pelo Housekeeping era antes responsável de eventos num dos nossos restaurantes. Em suma, acho muito importante olhar primeiro para nós, perceber quem temos cá dentro, valorizar as pessoas. Quando damos valor às pessoas, trazemos muito mais valor para a empresa.”

Luís Rodrigues: “Só para completar: o dinheiro é importante mas não é tudo. Portanto, quando pensamos que é por pagar bem que vamos reter um recurso, estamos possivelmente a seguir a estratégia errada. Há sempre alguém que vai pagar melhor. Devemos oferecer progressão de carreira, saber o que as pessoas desejam, conhecer os seus sonhos e descobrir como os podemos ajudar. Se tiveres uma pessoa boa, mais vale contar com ela durante 3 ou 4 anos, sabendo que depois a vais ajudar a sair, feliz.”

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