Hotelaria & Tecnologia em destaque na IFM Talk deste mês
O nosso convidado foi Andrade Santos, diretor comercial da Nonius Ibéria, uma empresa 100% portuguesa, com um vasto portfólio tecnológico dedicado à hotelaria.
Neste artigo, partilhamos um breve resumo da conversa.
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A hotelaria passa por grandes dificuldades relacionadas com a falta de profissionais.
A tecnologia pode ser uma das soluções para aumentar a eficácia das operações? Em que medida?
Andrade Santos (AS): A resposta é sim, mas não é uma um sim absoluto. A tecnologia na hotelaria não substitui tudo.
A hotelaria é hospitalidade, pelo que não se consegue suprir completamente a falta das pessoas com tecnologia.
De facto, a tecnologia tem ajudado a hotelaria na otimização dos processos, mas não pode substituir o serviço à mesa, uma esplanada com um bom serviço de bar, etc.
Na prática, a tecnologia dá aos hóspedes um conjunto de informações que evita que os profissionais se dediquem a tarefas repetitivas e o mais importante é que esta informação esteja presente e seja facilmente acessível.
Por exemplo, uma coisa que hoje está muito na moda, que é o pré check-in.
No fundo poupa tempo ao staff e fundamentalmente permite ao hóspede fazê-lo de forma cómoda, em qualquer sítio do hotel ou mesmo antes de chegar ao hotel.
Mas em resumo, as pessoas fazem muita falta na hotelaria.
O perfil do hóspede é cada vez mais digital. Como é que uma solução tecnológica como a Nonius ajuda a melhorar a jornada digital do hóspede?
(AS): A digitalização não é uma coisa nova, mas é algo que está cada vez mais presente e que proporciona meios poderosos de acesso à informação.
E isso é transposto para dentro do hotel, que tem que proporcionar meios simples e eficazes de acesso à informação, seja ela interna ou externa.
Portanto, havendo uma boa estrutura de comunicação com os hóspedes, a informação digitalizada do hotel será mais acessível e mais fácil de se apresentar. Mais, é passível de ser enviada para os hóspedes de uma forma proativa e, portanto, tudo isto assenta no propósito da Nonius, que é facilitar a comunicação digital.
Não é produzir a comunicação digital, não é armazenar a comunicação digital, é otimizar a comunicação digital para o hotel e para os seus hóspedes.
O futuro eu não sei qual é, mas é certamente na direção do aumento de componentes que permitam comunicar de forma dinâmica, com qualidade e num crescendo em termos de velocidade e de disponibilidade.
E por outro lado, que ajuda supõe para os gestores dos hotéis?
(AS): O gestor do hotel vive os problemas inerentes aos do gestor de uma empresa. Um hotel é uma empresa.
A grande diferença é que nos hotéis, para além dos funcionários, lida-se com muitas outras pessoas.
Pessoas que vêm de fora, com culturas diferentes, com ideias diferentes, com perspectivas e expectativas relativamente àquilo que a unidade hoteleira é.
Por um lado, o gestor tem desafios relacionados com a gestão dos seus sistemas internos.
Por outro lado, tem que gerir as expectativas dos hóspedes no acesso à informação própria. Isto é, aos conteúdos que ele consome regularmente, independentemente de estar no hotel ou noutro sítio qualquer.
Isto envolve o acesso às redes sociais e às plataformas de streaming, bem como a capacidade de comunicar com outras pessoas (inclusivamente em videoconferências).
E depois claro, nos hotéis da cidade mantém-se a parte do business, que também tem crescido.
As exigências dos profissionais que trabalham de forma itinerante continuam a ser muito elevadas do ponto de vista da comunicação.
Se juntarmos a isto os os eventos que ocorrem nos hotéis, nas salas de reuniões, isto ainda potencia mais a necessidade de haver muita qualidade no fluir da informação.
Aquilo que nós fazemos é dar a oportunidade ao gestor de monitorizar tudo isto e de ajustar de forma consciente o que compra a terceiros, nomeadamente aos operadores de larguras de banda, etc, às necessidades crescentes dos hóspedes (…)
Falando de eficiência e integrações, Andrade, qual é a importância das integrações entre softwares neste setor?
(AS): Não chega ter informação digitalizada e armazenada, é preciso que ela flua entre os vários sistemas. E quando isto acontece, a eficiência aumenta e muito.
Vou dar o exemplo do ar condicionado. Se eu puder variar o ar condicionado e utilizá-lo consoante a presença dos hóspedes, naturalmente eu consigo poupanças consideráveis em termos de energia.
O que estamos aqui a fazer é a criar correlação entre a informação.
Naturalmente, duas plataformas isoladas não se apercebem da correlação de eventos que existe entre elas e não existindo correlação de eventos, tudo funciona autonomamente.
Resultado: a eficiência é bastante menor (…)
Tendo em conta a sua experiência e o contacto constante com profissionais do setor da hotelaria, a digitalização é hoje em dia uma prioridade para os hotéis?
(AS): A digitalização já era uma prioridade, porque a digitalização permite grandes quantidades de informação armazenada, fácil manuseamento, alteração e comunicação dessa informação. Portanto, tudo o que é informação dos hotéis, se estiver digitalizada, proporciona a sua fácil disseminação pelos hóspedes e até pelos próprios funcionários.
Nós temos inclusivamente uma app para funcionários (…)
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