A digitalização e a conectividade permitem-nos criar soluções económicas, flexíveis e orientadas para o futuro. Gestão inteligente de energia, carregadores inteligentes para veículos elétricos e sistemas de monitorização remota de equipamentos, são algumas das soluções digitais que estão a moldar a sociedade inteligente de um futuro que já é presente.

 

Nesta nova Smart Society, os dados são “o petróleo do século XXI” e a expansão da 5G estabelece um novo paradigma onde os edifícios são o centro de um novo sistema energético. Entre os edifícios e a nova mobilidade elétrica, estabelece-se uma simbiose determinante num novo sistema energético mais eletrificado, onde os cabos elétricos e de telecomunicações coexistem em perfeita harmonia, complementando-se numa infraestrutura de redes inteligentes que constituem o elo de ligação das comunidades energéticas, onde o edifício inteligente será um componente de destaque da smart city.

 

Edifícios inteligentes para um futuro melhor

As novas tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IoT), Big Data (tratamento e uso de grandes quantidades de dados) e sistemas inteligentes de gestão da construção (iBMS) estão a mudar radicalmente a forma como os edifícios modernos são projetados, construídos e geridos. 

 

A tecnologia é uma grande aliada para otimizar os recursos de um edifício e melhorar a sua segurança. De acordo com a Markets and Markets, o mercado global do Smart Building experimentará um enorme crescimento nos próximos anos, atingindo 105,8 mil milhões de dólares em 2024. Um aumento considerável se levarmos em conta que em 2019 esse mesmo mercado movimentou 60,7 mil milhões de dólares. Estes dados destacam uma tendência crescente para a construção de edifícios inteligentes.

 

Os edifícios inteligentes possuem uma infraestrutura inteligente que é responsável por obter informações para automatizar diferentes processos como os da iluminação, acesso, ar condicionado, videovigilância, estacionamento, segurança, entre outros.

 

Graças aos dados obtidos através dos dispositivos IoT e a sua interconexão, um edifício pode gerir automaticamente todos os recursos, otimizando o seu desempenho, além de proporcionar informações importantes que permitem que um indivíduo possa tomar decisões para melhorar ainda mais a eficiência do edifício. As funcionalidades oferecidas pelos edifícios inteligentes ou smart buildings vão além dos sistemas domóticos..

 

O edifício inteligente, um edifício conectado.

 

Um edifício moderno que incorpora a mais recente tecnologia é aquele que conecta todos os equipamentos e sistemas que existem num edifício. Desta forma, podemos ser informados do que está a acontecer em tempo real e aceder aos registos históricos do que aconteceu há uns minutos, horas ou dias. Desta forma, é possível atuar remotamente nos sistemas do edifício em caso de emergência.

 

A conectividade oferece uma infinidade de funcionalidades escaláveis, dependendo do número de elementos conectados. De acordo com o último relatório da Berg Insight, a instalação de sensores, atuadores, módulos, gateways e outros dispositivos conectados implementados para automatização de edifícios baseada em IoT (Smart Building) atingirá 483 milhões de unidades globalmente ainda este ano de 2022.

 

Algumas das principais funcionalidades oferecidas pela conectividade:

 

  • Conectar pessoas e tecnologia. Os edifícios inteligentes são aqueles que permitem que se aproveitem as mais recentes inovações tecnológicas de forma simples e intuitiva. Por exemplo, a acessibilidade para deficientes, com abertura automática de portas, detecção de quedas, controlo de voz, etc.
  • Controlar os custos do edifício. O uso de tecnologias para construir edifícios inteligentes permite que os seus utilizadores reduzam o orçamento destinado para diferentes tipos de abastecimento, como aquecimento, eletricidade, água, etc.
  • Controlo centralizado do comportamento do edifício. Qualquer pessoa com acesso a uma plataforma centralizada pode visualizar através de um monitor ou dispositivo as ações do edifício para realizar os ajustes necessários. Pode-se controlar e automatizar sistemas como: iluminação, tomadas elétricas, aquecimento, ar condicionado, eletrodomésticos, portas, janelas, persianas, sistemas de rega, geradores de água quente sanitárias, etc.
  • Conectar o edifício a uma rede inteligente. Atualmente uma realidade com grande aumento nos próximos anos, que permite alcançar um consumo mais sustentável e eficiente nos edifícios, sendo que veremos que são cada vez mais precisos ao prever a temperatura ambiente e contratar luz de acordo com as suas necessidades e sempre que o preço da energia estiver otimizado.

 

5 tecnologias do binómio Energia & TI que, diante do desafio ambiental, se unem no edifício inteligente

 

As TI (tecnologias de informação) na era digital em que vivemos constituem a principal alavanca para a eficiência no consumo dos recursos básicos dos edifícios, como a energia, o serviço de água, entre outros.

 

  • Internet das coisas (IoT). Os sensores informam-nos sobre o estado de qualquer coisa que precise ser medida nas instalações de um edifício.
  • Big Data e algoritmos. A análise de grandes volumes de dados com sistemas de inteligência artificial permite o estabelecimento de modelos preditivos para otimização sistemática.
  • A Cloud computing. Reduz o uso de infraestruturas físicas e muitos casos de alto consumo de energia.
  • Como base que sustenta o uso atual da tecnologia. A comunicação entre elementos para distribuir inteligência através de inúmeras conexões permite distribuir inteligência entre os sistemas instalados no próprio edifício.
  • Energia renovável. A energia utilizada para dar vida às soluções tecnológicas terá de ser de energia 100% renovável. Este fator leva-nos a uma eletrificação progressiva dos edifícios.

 

7 passos essenciais na criação de um edifício inteligente

  1. Optar pela inteligência desde o inícioOs edifícios que oferecem melhor desempenho são aqueles que incorporam inteligência desde a sua concepção.
  2. Apostar na inteligência desafiando o status quo. Trabalhar com especialistas e impulsionar decisões que incluam inteligência.
  3. Ter sempre presentes os aspetos básicos. Proporcionar eficiência nos custos e atribuir valor contemplando todo o ciclo de vida do edifício.
  4. Colocar o foco na inteligência que o edifício precisa. Escolher as tecnologias e os elementos instalados que oferecem benefícios tangíveis que podem integrar inovações e melhorias futuras.
  5. Gestão de dados. Identificar dados críticos de gestão como eficiência, melhoria da atividade realizada e alinhamento com os objetivos do projeto.
  6. Considerar o ciclo de vida do edifício. Inclui as despesas de investimento e operacionais. A manutenção inteligente deve estar ao serviço da otimização do sistema.
  7. Escolher um parceiro de tecnologia especializado. Com ampla experiência em soluções inteligentes e em parceria com outros líderes tecnológicos especializados em cablagem estruturada, PoE (Power over Ethernet), fibra ótica, cabos blindados para evitar perturbações e interferências, e que trabalham com uma cadeia de fornecedores e instaladores credenciados nestes sistemas.

 

A casa conectada

A tecnologia aplicada ao lar será cada vez mais um fator com mais peso devido ao valor acrescentado que proporciona.

Nenhum novo edifício pode ser concebido sem os benefícios da casa conectada, nem em qualquer projeto de reabilitação dos já existentes. A casa conectada contribui para o cumprimento dos novos requisitos regulamentares relativos às aplicações de gestão ativa do consumo de energia dos edifícios, de novas construções e aquelas intervenções que requerem licença municipal de construção. Prevê-se um aumento exponencial de dispositivos conectados em todo o mundo. 

 

Quais são as aplicações com maior procura após a chegada da 5G?

  • Análise do uso de energia.
  • Otimização da tarifa elétrica.
  • Fiabilidade energética, continuidade em aplicações críticas.
  • Controlo do ar condicionado, iluminação, produção de equipamentos fotovoltaicos e do estado de carga das baterias.

 

Um local de trabalho inteligente

A maioria das atividades económicas ocorrem em edifícios. Atualmente, com o surgimento do teletrabalho, cada vez mais se partilha o espaço onde se vive com o espaço da atividade laboral. Algo que deixou de ser uma tendência para ser uma realidade, provocando novos fenómenos como a migração dos centros urbanos das grandes cidades para localidades mais pequenas.

 

Já não basta apenas projetar espaços de trabalho com eficiência e redução de custos em mente. Vivemos um momento em que também devemos procurar criar todas as condições que aumentem o bem-estar e que facilitem também a comunicação, a colaboração e o dinamismo nas equipas de trabalho.

 

Portanto, automatização, conectividade, medição remota, internet das coisas, big data, gestão de edifícios inteligentes e sistemas de segurança, edifício inteligente ou casa conectada são conceitos que vão além dos padrões atuais de eficiência energética e anunciam um novo modelo de construção adaptado ao conceito de uma comunidade energética, através do autoconsumo partilhado, e um novo modelo de planeamento urbano que atende às exigências da emergência climática.