Perguntámos a Luís Martins, CTO e cofundador da Infraspeak, quais as tendências tecnológicas que ele prevê que irão moldar a colaboração no facility management nos próximos anos.

“Quando penso em como a tecnologia pode apoiar ambientes colaborativos, a primeira coisa que me vem à mente são os Large Language Models (LLM), que agora conseguem categorizar informação de forma muito rápida e precisa, tornando a classificação de dados muito mais fácil.

Por exemplo, quando um documento é fornecido a um modelo baseado em inteligência artificial (AI), este pode identificar se é uma fatura, uma proposta de orçamento ou um relatório. Isto é particularmente relevante quando duas entidades precisam de trabalhar em conjunto, já que cada empresa tem a sua própria estrutura interna para organizar documentos, processos e equipas.

Tradicionalmente, isto exigia uma classificação manual para garantir que o conceito de ‘orçamento’ de uma empresa correspondia ao conceito de ‘encomenda’ de outra, ou que um documento crítico para uma entidade fosse reconhecido como uma validação de fornecedor para outra. Com o apoio da AI, esta intermediação é muito mais eficiente, reduz o trabalho administrativo e aumenta a conectividade dos sistemas.

Luís Martins e Eddie, Chief Barking Officer na Infraspeak

Mas, ainda mais importante — e é aqui que o jogo muda realmente —, os LLM têm a capacidade de ler e interpretar dados de manuais ou documentos técnicos, por exemplo. No contexto de uma operação de gestão/facility management, tal traduz-se na capacidade dos LLM, perante um problema ou avaria num determinado ativo, consultar o manual e indicar facilmente a causa raiz ou o que precisa de ser feito para resolver o problema.

Para além do impacto da AI, está também a ocorrer uma mudança significativa no desenvolvimento de produtos digitais.

O software já não é apenas uma solução fechada e isolada, mas está a evoluir para plataformas abertas e flexíveis. É cada vez mais comum que estas sejam concebidas para operar dentro de um ecossistema integrado e conectar várias áreas. De forma ainda mais expressiva, tem havido uma preocupação com a colaboração entre tecnologia/equipas/utilizadores finais, o que está a mudar a forma como os produtos são idealizados, seguindo agora uma abordagem centrada nas pessoas.

Para um dos clientes da Infraspeak, o Caps Group — líder no Reino Unido no setor do mobiliário e soluções de fit-out para retalho e hotelaria —, a utilização da Infraspeak Network™ e a concentração da sua vasta rede de fornecedores num espaço de trabalho partilhado melhorou a forma como geriam essas relações e processos. A partilha de dados em tempo real tornou a comunicação mais ágil e eliminou erros, revelando-se uma verdadeira vantagem para todas as partes envolvidas — de facto, cerca de 50% dos fornecedores do Caps Group também adotaram a Infraspeak Network™.

Estamos a assistir a um fluxo dinâmico de informação, que combate a formação de silos organizacionais, onde diferentes equipas costumavam operar de forma isolada.


Com maior fluidez na troca de dados entre as partes, estou confiante de que todos podemos alcançar um nível de colaboração muito mais avançado, garantindo uma maior eficiência operacional e promovendo uma abordagem unificada nas operações de facility management.”