Neologismo é quando uma nova palavra ou sigla aparece no nosso dia a dia para suprir a necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas: tecnologia, arte, economia, esportes etc. Como toda e qualquer ciência e arte, a Gestão de Ativos toda hora é afetada pelas principais tendências tecnológicas e haja neologismo para batizar o que aparece em nossa frente. Saber o que significa cada termo e novidade é fundamental para não perder o “andar da carruagem” (essa é velha, ein…)

Essas tendências tecnológicas são relevantes e ampliados são os impactos no setor, mas ainda não foram generalizadas no dia a dia da maioria das empresas.

As empresas retardatárias (80%), aquelas que só adotam as inovações e melhorias bem depois que as empresas líderes (5%) já o fizeram, vão sofrer muito com tanta disruptura e novidade no campo da tecnologia, restando-lhe, como sempre, reclamar da concorrência.

O fato é que quem queira sobreviver num futuro próximo, deve estar atento às mudanças significativas que já estão rolando, inclusive com alguns processos sendo atropelados ou atingindo pontos críticos de resposta em capacidade e ou maturidade de gestão.

O fato é que se, nos próximos cinco ou seis anos, metade das grandes empresas globais usarem algumas dessas tecnologias em suas áreas de Operação e Manutenção, é seguro dizer que elas perturbarão positivamente pessoas, objetivos de negócios, sistemas de informação (gestão), performance de ativos. Mesmo que você não consiga aplicar agora na sua empresa, pelo menos saiba do que se trata.

As 8 principais tendências da tecnologia que vão “bagunçar” a Gestão de Ativos (Manutenção, Facilities) deste final de 2019 em diante são:

Inteligência Artificial (IA)

A tecnologia de IA na Gestão de Ativos vai aumentar drasticamente o desempenho humano.
Por meio do auto aprendizado e da linguagem natural, os recursos de IA podem ajudar a automatizar vários processos da execução de Manutenção, como ajustes, previsão de uso e troca de componentes, troca de componentes, manutenção preditiva.

A IA vai se tornar fundamental para a mudança para uma automação mais ampla da Gestão de Ativos, que muitas organizações estão buscando celeremente.

Há muito o que explorar com a IA. Por exemplo, a IA pode aprimorar a mitigação de riscos analisando grandes conjuntos de dados, identificando continuamente padrões em evolução e prevendo eventos perturbadores, juntamente com possíveis resoluções.

Equipamentos Autônomos

Também conhecidos como Coisas Autônomas (Autonomous Things), usam a IA para automatizar funções anteriormente desempenhadas por seres humanos, como veículos autônomos e drones. Em muitas empresas, por exemplo, as empilhadeiras são robôs e já não há a função “empilhadeirista”.

Essas coisas exploram a IA para oferecer comportamentos avançados que interagem mais naturalmente com o ambiente e as pessoas.
A rápida explosão no número de “coisas inteligentes” conectadas deu a essa tendência um enorme impulso e o pensamento outrora distante de reduzir o tempo de verificação de inventário usando as câmeras dos drones para capturar imagens de inventário, por exemplo, está aqui. Inspeções de dutos e imagens feitas por inspeção aérea, já estão em nosso cotidiano.

Internet of Things

A IoT é a rede de objetos físicos que contêm tecnologia incorporada para interagir com seus componentes internos ou o ambiente externo.
Estamos vendo mais e mais profissionais da Gestão de Ativos explorando o potencial da IoT, mas ainda é pouco, pelo menos por aqui neste Brasil imenso.

Em breve isso vai explodir. As áreas nas quais a IoT pode ter um impacto profundo são o gerenciamento aprimorado da logística, o atendimento aprimorado ao cliente e a disponibilidade aprimorada de suprimentos. E, com mais força, no monitoramento contínuo, gestão em tempo real, dos principais ativos.

Automação de Processo Robótico (RPA)

As ferramentas RPA operam mapeando um processo na linguagem da ferramenta para o software “robô” seguir. Eles cortam custos e eliminam erros de digitação.
Estamos vendo uma redução significativa nos tempos de processamento da informação. A tecnologia RPA é usada para automatizar a emissão de ordens de serviço, criação de pedidos de compra, programação de calibragens e remessas de material para aplicação. A tecnologia RPA reduz a intervenção humana e melhora a consistência entre as fontes de dados manuais na áreas de fabricação e ou operação.

Cadeia de Gestão ou Ecossistema Digital

A conexão em tempo real a que praticamente todos nos obrigamos, se verifica na existência do mundo digital marcando presença nos relacionamentos virtuais e reais entre todas as entidades físicas dos processos da Gestão de Ativos, de ponta a ponta – equipamentos, serviços, clientes, pessoal próprio, demanda (mercado), almoxarifados, fábricas e unidades concorrentes ou não, finanças, atributos especiais (legislação, por exemplo) e até o clima. Tudo e todos estão vinculados (linkados?) às suas contrapartes do mundo real e são usados para entender o estado da coisa ou sistema, a fim de otimizar as operações e responder com eficiência às mudanças.

O Ecossistema Digital implantado na moderna Gestão de Ativos é inevitável, à medida que o mundo digital e o mundo físico continuam se fundindo.

As turmas de Marketing, Finanças, Vendas, usam BI – Business Intelligence como água e ar no seu dia a dia. O ecossistema da Manutenção de Equipamentos cada vez mais vai ser parte de BI.

Experiência Imersiva

Experiências imersivas como realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e sistemas de conversação estão mudando a maneira como as pessoas interagem com o mundo digital.
Na Gestão de Ativos, as organizações podem usar RA, juntamente com códigos de resposta rápida (QR) e tecnologia móvel, para melhorar a qualidade e velocidade de intervenções e por exemplo, acelerar a troca de equipamentos e peças. Mas é nas áreas que se valem de serviços em múltiplas instalações (redes de distribuição de energia, saneamento, lojas, assistências técnicas), que as experiências imersivas do usuário permitirão oportunidades de negócios digitais que ainda não foram totalmente exploradas nas atividades de campo , na manutenção do dia a dia.

Blockchain

O blockchain – também conhecida como “o protocolo da confiança”- é uma tecnologia de registro distribuído que visa a descentralização como medida de segurança.
Embora as iniciativas de blockchain relacionadas à Gestão de Ativos sejam ainda incipientes, a blockchain tem potencial para atender a desafios de longo prazo, que estão presentes em operações complexas e equipamentos e ambientes críticos que são monitorados e ou regulados por organizações internacionais e ou fazem parte de cadeias de suprimentos globais.

São as áreas muitas vezes identificadas como de “missão crítica”. Os recursos atuais oferecidos pelas soluções blockchain para Gestão de Ativos incluem rastreabilidade, automação e segurança. Já há empresas usando a blockchain para rastrear sobressalentes e componentes com etiquetas invioláveis, permitindo mais confiabilidade de origem, experimentando redução no tempo no manuseio de documentos e inspeções de recebimento, evitando falsificações.

Análise avançada

A Análise Avançada (Advanced Analytics) abrange análises preditivas – aquelas que identificam padrões de dados e antecipam cenários futuros – bem como análises prescritivas – um conjunto de recursos que encontra um curso de ação para atingir um objetivo predefinido.

A maior disponibilidade de dados oriundas do que se chama Industrial Internet of Things (IIoT) e fontes externas de dados estendidas, como bancos de dados de fabricantes e experiencia comunitária de usuários, condições meteorológicas ou de tráfego ou uso, permitem às organizações antecipar falhas, estabelecer cenários futuros e fazer melhores recomendações em áreas como planejamento, estoques de peças (logística interna) e até com reflexos na relação com os fornecedores na cadeia de suprimentos.

Não estamos tratando de termografia e analise de vibração e tribologia pontuais, nos moldes que encontramos agora e que se faz uso na maioria esmagadora das empresas. Essas técnicas de análise avançada não são de agora e as empresas de alta tecnologia já fazem uso delas há bastante tempo. Mas com a internet e a rapidez necessária nas decisões, o seu impacto na Gestão de Ativos de hoje já é significativo. As organizações estão obrigadas a se tornarem mais proativas e acionáveis no gerenciamento de suas áreas técnicas, aproveitando as oportunidades e evitando possíveis interrupções futuras.

Acaba a era das falhas, pois as intervenções nas máquinas e instalações se darão com base em defeitos e suas sinalizações. As máquinas não pararão mais, pelo menos por necessidade de intervenção intempestiva e corretivas só acontecerão em casos extremos.

Aqui falamos de oito situações/tecnologias reais que as empresas já estão se confrontando. Mas também há que se considerar os impactos de outras tendências emergentes que podem mudar quase tudo na Gestão de Ativos nos próximos anos, como a tecnologia 5G e a computação de ponta.

Quem viver verá. E quem não se mexer …