A logística reversa é uma ferramenta essencial para empresas que comercializam bens de consumo e querem cumprir adequadamente a legislação ambiental voltada à gestão de resíduos. Instituída em 2010, através da Política Nacional de Resíduos Sólidos, esse instrumento tem por objetivo promover a diminuição do volume de resíduos lançados nos aterros e lixões. Para que isso ocorra com sucesso é importante a conscientização de todos os atores do ciclo de vida de um produto (consumidores, comerciantes, fabricantes, distribuidores e importadores).

É fundamental pontuar, que diferente da logística, que lida com a distribuição e gerenciamento de estoque, a logística reversa é o retorno dos resíduos (embalagens, lâmpadas, pneus, medicamentos, entre outros), que são descartados pelos consumidores e empresas, para a cadeia produtiva, através da reciclagem ou da queima dos resíduos para obtenção de energia. A logística reversa de embalagens ganha especial atenção nesse artigo por conta das inúmeras dúvidas sobre como pode ser implementada e suas vantagens para as indústrias.

O que é a logística reversa de embalagens?

A logística reversa de embalagens segue a mesma lógica dos exemplos que utilizamos acima. A ideia é que as embalagens dos produtos comercializados pelas empresas possam ganhar uma utilidade para a indústria por meio da reciclagem ou da obtenção de energia. Para que isso ocorra é necessário que a coleta seletiva esteja implementada em larga escala (o que é de responsabilidade do governo) e que os consumidores realizem o descarte correto dos resíduos. Com a coleta ocorrendo de maneira efetiva, os resíduos são enviados para centrais de triagem que separam os resíduos recicláveis e os enviam para os recicladores finais.

Esse ciclo (descarte e coleta) permite que haja a logística reversa das embalagens e garante que essas embalagens estão sendo recicladas ou queimadas para obtenção de energia.

Atualmente a meta de reciclagem de embalagens pós-consumo é de 22% e foi definida pelo Acordo Setorial de Embalagens, um acordo à nível nacional para definir as diretrizes de como a logística reversa para esse material seria implementada. A dúvida que ainda fica é: como as empresas comprovam que estão realizando a logística reversa de pelo menos 22% de suas embalagens perante os órgãos reguladores? Abaixo apresentamos alguns métodos, confira!

Quais formas de implementar a logística reversa de embalagens?

Podemos dividir em duas possibilidades de implementação da logística reversa: a direta e a indireta. A logística reversa de embalagens direta é aquela que faz o recolhimento das embalagens de uma marca específica e garante que essas serão recicladas. Essa forma pode ocorrer por meio dos Pontos de Entrega Voluntária instalados nas lojas e em parcerias com supermercados e instituições.

Muitas empresas utilizam essa forma, mas percebem que um dos maiores desafios é a conscientização dos consumidores para o retorno das embalagens. Para lidar com essa problemática, foi pensada a logística reversa de embalagens indireta, que é adotada na União Europeia e que funciona por meio da compensação ambiental. Esse mecanismo garante a remuneração dos agentes ambientais envolvidos na coleta, triagem e reciclagem das embalagens. A remuneração é oriunda do investimento das empresas interessadas em realizar a logística reversa e o valor depende do passivo ambiental de cada uma das empresas, ou seja: a massa de embalagens dos produtos comercializados.

Por exemplo, consideremos que a soma da massa de 2.000 embalagens de produtos comercializados, vazias e descartadas pelo consumidor dê um total de 2 kg, o passivo ambiental a ser compensado (reciclado ou queimado para obtenção de energia) deverá ser de pelo menos 22% de 2 kg. Ou seja, 440g de embalagens do mesmo material deverão ser recicladas (não é necessário que sejam da mesma marca.

Uma forma de executar esse mecanismo na sua empresa é por meio de uma certificadora de logística reversa, ela será responsável por garantir que a sua empresa está cumprindo com essa parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para além de comprovar a logística reversa é importante buscar maneiras de conscientizar seus consumidores quanto a suas ações e ao descarte correto.

Por que implementá-la?

Com os avanços da legislação ambiental de resíduos no Brasil, a fiscalização está cada vez mais incisiva. De autuações no Estado do Mato Grosso do Sul e no Estado de São Paulo, os órgão reguladores estão cobrando uma nova postura empresarial voltada à sustentabilidade.

Não sem motivos. Diante das grandes problemáticas ambientais que ganharam espaço nos últimos tempos, se abster do compromisso de diminuir ao máximo as externalidades negativas no meio ambiente e sociedade se tornou um fator negativo para a imagem das marcas. De acordo com o instituto Akatu, 59% dos consumidores levam em consideração as práticas relacionadas ao meio ambiente promovidas pela empresa durante a decisão de compra. A própria expansão do nicho de consumidores conscientes requer um novo posicionamento das marcas. E isso não seria diferente no caso das embalagens que são descartadas pelo consumidor.

Vantagens e desafios

O maior desafio para as empresas interessadas em comprovar a logística reversa é encontrar uma solução que seja simples, econômica e eficiente.  Atualmente estão surgindo empresas voltadas à logística reversa de embalagens e tornado o mercado competitivo nesse sentido. Por conta disso as empresas têm buscado reunir diversas ações em prol da resolução da problemática dos resíduos. Tais ações geram benefícios a curto prazo para a imagem da empresa (quando comunicadas) e benefícios a médio e longo prazo para o meio ambiente e sociedade. O importante é perceber que a logística reversa pode ser uma forma de aumentar a produtividade e eficiência ao garantir que os recursos são utilizados de forma otimizadas.

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